ANASTÁSIA STEELE
Ué?
Ah, ótimo, assim pouco menos tempo. Eu nem queria ficar naquele hospital mesmo.
Decido ir andando para casa, já que o salão fica há apenas alguns minutos daqui. Quando chego no prédio vejo Amélia conversando com algumas pessoas e Wendy ao seu lado, dou um beijo nas duas que me parabenizam pelo meu aniversário e vou correndo para o elevador... que para variar não está funcionando. Reviro os olhos e vou em direção as escadas.
Abro a porta, mas não vejo minha mãe... apenas meu pai parado no meio da sala.
—Papai? —Meu sorriso se desfaz e eu dou um passo para trás.
—Olá querida. —Ele diz sorrindo, mas percebo algo diferente em sua voz.
Fico parada por minutos eu acho. Em quinze anos essa é a primeira vez que fico sozinha com meu pai sem a supervisão de outra pessoa. Dou outro passo para trás.
—Onde está mamãe?
—Ela foi ao shopping, pediu que eu te levasse assim que você chegasse.
—Ela pediu? —Digo animada.
—Sim. —Papai sorri. —O que acha?
—Tudo bem. —Sorrio.
Papai se aproxima e eu sorrio, ele passa por mim e eu facho a porta, descemos pelas escadas e quando passamos pela porta do prédio vejo Amélia e os outros olharem confusos. Papai abre a porta do carro para mim e eu entro estranhando o olhar de Amélia. Meu pai entra no carro e seguimos pelas ruas. Percebo que não estamos indo para o shopping o que me preocupa, pego meu celular em meu bolso, mas papai o arranca da minha mão.
—Nada disso mocinha, hoje o dia é nosso. —Ele sorri, mas eu tenho medo.
—Pai, eu não quero. Eu quero a mamãe.
—Ah, Anastásia, vai desperdiçar isso?
—Eu não sei... eu só acho que a mamãe não vai gostar.
—E por que não? Eu sou seu pai, não sou? Vai ser apenas um passeio de pai e filha. Depois nos vamos para a casa.
—Promete?
—Claro que sim.
Balanço a cabeça e viro para a janela. Vou vendo os prédios e casas diminuindo e as árvores tomando conta de tudo. Papai parece feliz por estamos juntos, então não o questiono, apenas sorrio algumas vezes. Nós paramos em frente à entrada da reserva florestal, papai desce do carro, mas eu continuo lá. Ele abre a porta para mim e eu fico parada por alguns segundos.
Ah, a mamãe vai me matar.
Desço do carro e seguro a mão que papai me estendeu. Ele começa a me levar pela trilha e entramos cada vez mais na floresta. Começo a ficar inquieta, mas ele parece estar feliz e saber o que faz. Paro soltando sua mão e isso não parece satisfazê-lo.
—Aonde nós vamos papai? —Pergunto.
—Não me chame de pai! —Ele grita e desfere um tapa no meu rosto.
Perco o equilíbrio e caio no chão desnorteada. Sem tempo para me recuperar, e entender o que aconteceu, levo um chute na região do estomago.
—Papai. —Sussurro. —O que você está fazendo?
—Não me chame de pai sua vadiazinha! Você tem noção de como estragou minha vida? —Ele diz e me chuta outra vez.
—Papai para. —Imploro.
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Amor Oculto
Fanfiction"Eu tenho uma proposta para lhe fazer. Encontre-me no Píer as cinco". O cartão com a caligrafia perfeita foi tudo que ele me deixou... ~♥~ Sem ninguém a quem recorrer, ela tinha que cuidar de seu irmãozinho de apenas seis meses sozinha, com sua mãe...