Acho que passei direto pelo domingo e nem senti sua marola.
Sim, eu dormi durante um dia inteiro.
Acordei na segunda feira com o despertador gritando às 06:00 da manhã. Ah! O ordinário emprego, depois de anos trabalhando naquele mesmo lugar cheio das mesmas pessoas, eu continuava acordando todos os dias mais irritada a cada segundo. Meu plano, quando sai de casa era guardar todo o dinheiro que ganhasse para conseguir me mudar de Londres e pagar meus estudos, já que a casa onde morava pertencia ao meu pai, mas os meus planos foram água baixo quando eu conheci o álcool. Eu não era alcoólatra porque eu não precisava beber, mas eu gostava de beber, então eu era uma alcoolista, mas eu tinha que admitir que gastava bastante dinheiro em bebidas e eu planejava parar com isso o mais rápido possível. Meu pai havia morrido há alguns anos, ele possuía uma rede de empresas que minha mãe administrava perfeitamente bem sozinha.
Terminei de me arrumar e tomei uma xicara de chá, estava pronta para sair quando o telefone tocou e eu rezei para que não fosse Benedict. Caminhei de volta para dentro de casa, jogando as chaves do carro em cima da mesa e sentando no chão ao lado do telefone.
- Alô? – falei ao tirar o telefone do gancho. Deus, se você existe, diga-me que não é Benedict.
- Charlotte, eu preciso falar rápido.
Era a voz de Julie, eu quase chorei de felicidade.
- Pode falar.
- Sua mãe foi atropelada, eu não posso falar muito mas você precisa ir pro St. Barts agora, ela precisa de você.
E depois disso, ela desligou. Eu nunca conversei muito com a minha mãe depois que sai de casa, mas mesmo assim o que sentia por ela simplesmente tomou meu corpo como uma droga logo após ouvir as palavras de Julie e a minha reação foi pegar a chave do carro e correr com o mesmo até St. Barts. Eu ignorei a recepcionista e passei correndo pela mesma, já sabia onde procurar pois vivia naquele lugar antes de meu pai morrer. Corri o mais rápido que pude até a UTI, parando na frente de uma enfermeira qualquer. Levei dois segundos para respirar antes de falar:
- Eu preciso ver Marilyn Moore, agora.
- Eu... vou chamar o médico, sente-se por favor.
Assenti e me sentei em um dos bancos enquanto observava apreensiva o lugar pra onde a enfermeira havia ido. Alguns segundos depois, meu celular começou a vibrar em meu bolso e eu não hesitei em tira-lo rapidamente do local e atende-lo sem nem olhar o visor.
- Charlie?
Merda, era Benedict.
- Como você conseguiu meu número? – indaguei. – Quer saber? Não importa, eu não posso falar agora.
- Pode me ligar depois?
- Não. – respondi rispidamente desligando o celular o mais rápido que pude, já vendo o médico vir falar comigo.
- Srta. Moore. – disse ele.
- Sim?
- Pode me acompanhar?
Eu assenti e o acompanhei até um quarto, onde minha mãe deitava. Não haviam aparelhos conectados à ela, nem barulho algum e quando chegamos mais perto, ela parecia bem pálida. Eu sabia o que havia acontecido, mas não podia admitir.
- Doutor, ela está...
- Sim, ela está. – disse ele, abaixando um pouco a cabeça. – Meus pêsames.
Eu não pude resistir ao impulso de chegar perto do corpo gelado de minha mãe, segurei sua mão por alguns segundos e percebendo que o médico ainda estava lá, perguntei.
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Let Me Sink
Любовные романыCharlotte Moore era como Londres em uma noite gelada de dezembro, as ruas desabitadas após o cair da noite, a memória insana todos tem porém juram que não existe. Ela era problemática, pessimista, e o tipo de sociopata que não suportaria passar dois...