Let me sink number eleven

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Benedict estava assinando os papeis da alta para que pudéssemos ir embora enquanto eu estava sentada em um banco ali perto, o observando todo preocupado com seus óculos na ponta do nariz analisando o que estava prestes a assinar. As vezes ele podia ser tão malditamente perfeito que eu nunca poderia acreditar que logo ele fora olhar para mim, e eu quase o deixei ir. Ele finalmente assinou o papel, guardou seus óculos no bolso da camisa azul e caminhou até perto de mim, estendendo sua enorme mão.

- Sua carruagem te espera, Senhorita. – pronunciou ele.

Eu gargalhei e balancei a cabeça, entrelaçando meus dedos entre os dele e deixando que ele me guiasse até seu carro. Eu nunca havia me perguntado da onde Benedict tirava tanto dinheiro para ter uma casa enorme como a sua e um carro lindo como aquele, mas eu precisava admitir que eu e ele erámos um casal genuíno de vagabundos. Entrelacei meu braço no dele e caminhamos lentamente a caminho do estacionamento, deitei minha cabeça em seu ombro e eu pude sentir que ele estava sorrindo.

Eu sei que eu era muito cabeça dura e que provavelmente passei metade do tempo em que estive perto de Benedict negando o que estava sentindo por ele, mas minha barriga borbulhava toda vez que abria os olhos e o pegava sorrindo para mim feito um bobo, sentia meus pelos se atiçarem todas as vezes que seus lábios encontravam os meus e minhas pernas chacoalhavam toda vez que ele pronunciava meu nome. Eu talvez seja muito teimosa, mas eu sabia de uma coisa naquele momento, enquanto tinha Benedict bem ali do meu lado. Eu estava definitivamente apaixonada por ele, e eu queria morrer por isso.

Ele abriu a porta do carro para mim e esperou até que eu colocasse o cinto de segurança, eu senti um certo medo de estar de volta em um carro mas sabia que superaria aquilo rapidamente. Se sentou no banco do motorista e deu partida no carro, me mantive de olhos abertos e arregalados durante todo o caminho, mas não foi suficiente, no meio do caminho para sua casa flashes do que acontecera naquele dia voltavam para a minha mente, eu via o caminhão vindo em minha direção novamente e toda a minha cabeça doía.

- Charlie, querida, está tudo bem? – perguntou Benedict segurando minha mão que jazia em cima de meu colo com força.

- Não, Ben... – respondi e ele parou o carro imediatamente, me assustando. – Eu não... não quero ir pra casa de... de carro.

- Ah, é claro! – ele exclamou, abrindo um sorriso enorme. – Como não pensei nisso? Vamos andando!

Eu concordei dando risada de sua reação, ele saiu do carro e me ajudou a sair também, trancou tudo e se garantiu para mim de que voltaria para buscar o carro e tudo ficaria normal. Começamos a andar com destino à casa de Benedict, não era realmente longe dali mas teríamos que andar por uns bons vinte minutos.

- Ben. – eu chamei.

- Sim? Alguma coisa de errado? – perguntou ele já todo preocupado.

- Não. – eu ri. – Bem, pensando direito... sim.

Ele parou de andar e me olhou da cabeça aos pés, segurando minhas mãos com firmeza.

- Diga.

Eu o olhei nos olhos e me aproximei mais dele, o suficiente para que sentisse seu hálito fresco em meu rosto.

- Eu te amo, Benedict.

Senti todo o oxigênio ao redor de mim fugir para algum lugar que eu não poderia alcançar, e acho que ele demorou pra entender o que eu havia dito pois ficou me olhando com a mesma expressão por bastante tempo até abrir um sorriso enorme, ele respirou fundo e me largou. Ele andou de um lado para o outro ainda com aquele sorriso encantador no rosto e eu pude jurar que vi seus olhos ficarem molhados, até que ele se apressou a se aproximar de mim e me abraçou com toda a força que ele possuía em seus braços. Depois de um tempo me abraçando daquele jeito e gargalhando, Benedict segurou meu rosto com as duas mãos e me beijou calma e demoradamente, me olhando nos olhos novamente.

- Eu também te amo, Charlie! – ele exclamou. – Eu não conseguiria colocar meu amor em palavras nem que nosso relacionamento dependesse disso!

- Você não precisa. – eu ri o beijando novamente. – Eu acredito em você, agora vamos para a casa, sinto falta de Kansas!

Comecei a andar em sua frente o puxando pela ponta de seus dedos gigantes, até que ele se apressou e me levantou em seu colo segurando minhas pernas com suas mãos suadas.

- Essa é sua recompensa por me amar.

Ele sussurrou me fazendo gargalhar alto e começou a andar, ordenei que ele me colocasse no chão algumas vezes mas por mais que eu tentasse, eu sabia que ele não me obedeceria então apenas entrelacei meus braços por seu pescoço e naqueles minutinhos que demoramos para chegar em sua casa, enchi seu rosto de beijos que o fazia rir timidamente.

Parou de andar quando estava na frente de sua casa e finalmente me deixou descer de seu colo, segurando forte em minha mão entramos em sua casa onde as luzes estavam todas apagadas. Ele caminhou até o interruptor e acendeu a luz, revelando várias pessoas que gritaram em coral aquele maldito e surpreendente “Surpresa!”, que realmente havia me surpreendido pois eu quase cai pra traz. Procurei Kansas antes de olhar para qualquer um naquela casa, que estava alegre nas mãos de Julie.

- Uma festa surpresa! – exclamei fingindo uma animação, então me virei para Benedict. – Eu não te amo mais.

Ele riu e espalmou a mão em minhas costas me conduzindo para o meio daquelas pessoas. Eram, basicamente, pessoas que eu conhecia e antigos conhecidos, gente que eu não precisava na minha vida mas já não me importava em ter perto de mim. Cumprimentei à todos os amigos de Benedict, os quais ele me apresentava como sua namorada. Eu nem sei quantas bochechas eu beijei naquela noite, mas no final de tudo foi bem agradável.

Estávamos andando para uma parte mais excluída daquela enorme festa e eu bati meus olhos no loirinho baixinho que conhecera no dia de minha miséria, não posso deixar de comentar que fiquei bem feliz em vê-lo ali. Olhei para Benedict que apenas sorriu para mim, me guiando até chegarmos próximos à ele.

- Martin! – exclamei e ele se aproximou me abraçando forte.

- Charlie! – ele repetiu minha excitação, o que me fez rir. Ele se afastou e se aproximou de uma mulher morena de cabelos curtos com um sorriso amigável. – Charlie, essa é Amanda, minha esposa.

- Ah meu Deus! – eu ri alto. – Você é casado!

Eu me aproximei de Amanda a cumprimentando.

- É um prazer conhece-la, Amanda. – afirmei.

- É um prazer também, Charlie. – ela sorriu mais, se é que era possível. – E sinto muito pelo que houve.

- Ah, já passou. – eu sorri de volta, voltado à minha posição inicial ao lado de Benedict.

- Querida, acho que Julie está te chamando. – Benedict sussurrou em meu ouvido.

- Bom, eu espero que vocês estejam aproveitando a festa.

Amanda e Martin assentiram e Benedict me conduziu para um sofá, esperou que eu sentasse e se sentou do meu lado me olhando nos olhos.

- Eu só queria ficar sozinho contigo um pouco. – ele riu. – Desculpe.

- Entendo. – eu ri também.

- Eu queria me desculpar por tudo isso... – ele sorriu de canto. – Não teria planejado nada se soubesse que... que você sente o mesmo por mim... – ele riu envergonhado. – Eu só realmente queria te beijar até que seus lábios macios inchassem.

Eu gargalhei do jeito que ele falou e tomei seu enorme rosto em minhas mãos, o beijando de leve e tímido.

- Se contente com isso por agora. – eu falei encostando sua testa na minha.

Ele assentiu e ia se levantar para encher seu copo com whisky, mas o impedi.

- Benedict. – pronunciei respirando fundo. – O que nós... o que nós somos?

Ele sorriu acolhedor e se ajoelhou, ficando cara-a-cara comigo.

- Eu não me importo com esses rótulos... mas se você realmente precisa de algo para nos definir, use “almas gêmeas”.

Eu tive que sorrir, e aposto que sorri de orelha a orelha.

- Você sabe que eu não tenho uma alma. – falei alto à medida que ele se afastava.

- Isso é porque ela pertence à mim!

Let Me SinkWhere stories live. Discover now