A exclusividade real

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      Era uma mesa farta e grande, com todo tipo de comida que possa imaginar. E eu, onde estava? Na chuva, admirando a janela que exibia a  refeição mais bonita que já vi.

      Foi naquele momento, que percebi como fui tonta. Como pude pensar que uma rainha abrigaria, em seu imenso castelo, uma camponesa imunda?

      Quando a conheci, era a pessoa mais gentil e carinhosa que já vi em toda minha vida, a perfeita imagem de uma mãe, apesar de ser órfã e, consequentemente​, não saber o significado dessa palavra.

      A mulher disse que me transformaria em uma linda princesa que um dia, herdaria o trono e governaria o seu reino com todo o amor que ela reinou.

      Inocente! Naquele exato momento, pensei como poderia ser feliz, nunca mais passaria fome e, o principal, teria uma mãe. E ela me iludiu ainda mais, dizendo que me daria do seu mais precioso tesouro, a arte de escrever.

      Mas naquele dia chuvoso, eu aprendi a não confiar em mais ninguém, porém algo me surpreendeu:

      - Já chega!! Não aguento mais.

      Suas palavras desesperadoras surpreenderam os nobres, que imediatamente começaram a cochichar entre si.

      Ela saiu pela grande porta que era enfeitada pelo belíssimo brasão da família real e veio em minha direção.

      Sua expressão era de doçura, cuidado e, ao mesmo tempo, de preocupação e medo. Seu andar era apressado, com uma certa preocupação e leveza, para não sujar o magnífico vestido.

      - Desculpa. Eu não poderia ter escondido a futura princesa dos nobres. Você é a única nesse reino que é capaz de cuidar do meu bem mais precioso. Me perdoe por favor.

      Não consegui dizer nada. Sua expressão era de total desespero. A única coisa que consegui fazer foi lhe abraçar.

      O abraço tinha tantos significados que era impossível descreve-los, mas posso dizer que, se dependesse de mim, eu nunca sairia dele. 

Contos de uma garotinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora