A morte

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      "Era uma garota tão boa. Não sei porque ela fez isso.". Todos os jornais tinham o mesmo relato sobre a minha morte.

      Estava sozinha em casa como sempre, afinal, nunca tive uma mãe morando comigo. Ela era somente uma estranha que, sem vontade nenhuma, cuidava da minha pessoa.

      Sem nada o que fazer, fui até a cozinha e me deparei com a faca. Não aguentava mais tanta dor, nem meu refúgio trazia alegria.      
       
      Peguei a faca e, não consegui. Minha mente só pensava na minha rainha e nos meus verdadeiros pais. "Não sofram, por favor. Pensem que eu finalmente vou ser feliz".

      Como convence-los que a morte era a melhor opção para mim? Não queria abandonar minha doce rainha. Só em vê-la sofrer, meu coração arde em uma dor intergaláctica.

      E a minha verdadeira mãe,  sempre esteve comigo e, conversar, para ela, não era um sofrimento. Ao contrário desta, ver a minha face no seu campo de visão era um dos maiores tormentos. 

      O pior era ver a estranha derramando lágrimas ácidas e venenosas por mim e todos acreditando em sua mentirosa dor. A faca em meu peito foi a sua maior alegria desde do seu nascimento.

      As pessoas deviam importar-se com aqueles que choram no calar da noite, escondidos pela população. Muitos diriam que eles nem se afetaram com tal tragédia, mas só eu sei o que guardam em seus pobres corações, que todos os dias, sofrem de insignificância daqueles que os veem.

      Eu tenho esse conhecimento, porque me importo muito. Eles são o motivo para eu ter soltado aquela faca que me separaria das pessoas mais importantes da minha vida.

Contos de uma garotinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora