Contos de uma garotinha

O medo

      Estava no meio de uma aula quando um medo de infância renasceu das suas profundas e obscuras cinzas.
      No segundo ano, eu mudei de escola. A antiga instituição parecia uma formiga comparada com a nova, mas nem tudo era perfeito.
      Não me lembro como foi minha reação ao ver onde iria estudar, mas de acordo com o meu pai, não foi das melhores.
      A única coisa que me lembro bem daquela época era meu grande medo. Apesar de ser só uma criança, eu temia que, por conta da minha religião ou opinião, todos me maltratariam​ de alguma forma. Obviamente, nada disso aconteceu.
      Recentemente, tive uma conversa desagradável com um professor que deixou- me abalada. Não conseguia entender de onde surgiu tal ideia da sua mente, mas não é possível entender as pessoas mundanas, quando você é diferente.
      Um dia depois, minha mãe disse a notícia mais absurda da minha vida, como podem me proibir de compartilhar ou dizer o que acredito. A única coisa que pude pensar foi na conversa.
      Depois dela, não pude acreditar que aquele professor era o mesmo que disse-me palavras tão belas, cujas nunca esquecerei.
      "Será que ele realizaria o meu medo?" Ninguém poderia saber, só Deus. Com tudo que me ocorreu, percebi que talvez minha mãe esteja certa em dizer que eles já estão cansados de mim.
      Na verdade tenho certeza. Algum tempo atrás, conversei com uma professora e pedi-a para realizar um dos meus sonhos, infelizmente, nada aconteceu. Esse desejo era a última gota de esperança que havia em relação a esse mundo. Afinal, que escola iria colocar uma música que todos odiavam no recreio? Nenhuma.
      Mesmo que quisessem fazer uma crueldade comigo, não me impediriam de falar ou de escrever. O único ser que pode impedir que eu escrevesse seria Deus.
      Não pode-se confiar em ninguém nessa Terra, por essa razão, minha esperança é na eternidade.