Capítulo 24

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Segundo dia do terceiro mês, ano 7302.

Cena I – Rumo a Ruthure!

06 horas em ponto. Reino Gigante – Ramavel. Divisa com Ruthure.

Veneza Quendra ou Aço Voador, chame como preferir, estava a postos à frente de seu exército, pronta para se lançar contra os anões.

-Irmãos, certamente a Salvaguarda Legítima já os comunicou sobre nosso ataque. Peço desculpas pela falta de planejamento e pela urgência, porém não há outra forma. -A imperatriz flutuava sobre a areia da praia, vislumbrando a terra vulcânica para além do mar, Ruthure. -O pelotão "A" irá comigo ao Palácio Real para subjugar a realeza; enquanto isso, o pelotão "B" devastará a capital e tomará alguns nobres como reféns.

-E quando a nós, majestade? -Perguntou um clérigo e, a julgar pelas vestes, era certamente o mais graduado do reino.

-Você e seus homens se dividirão em "C1" e "C2". -Explicou ela. -"C1" estará encarregado de fazer cair a temperatura, se possível a zero ou menos! Conto com os mágicos para isso. -Veneza sorria entusiasmada, certa de que a vitória era sua apesar de não ter mais os poderes de semideusa. -O pelotão "C2" cobrirá o "C1" e se encarregará também de espalhar runas de poder do tipo glacial em pontos estratégicos para aumentar a intensidade dos feitiços de "C1".

-É hora de partir... POR RAMAVEL! -Gritou Aço Voador

-E PELA IMPERATRIZ! -Responderam os soldados.

***

Cena II – O Velório.

07 horas em ponto. Reino Elfo – Eyrell. Praça dos Charmes.

O céu estava nublado, só se via luz da Astral aqui e acolá quando transpassava alguma nuvem menos espessa. Ventava pouco e as folhas redemoinhavam ao toque do ar e se prendiam no cabelo e chapéus dos elfos. A multidão circundava o homem idoso e bastante emocionado ao falar de seus finados monarcas.

-... É com imenso pesar que nos despedimos de nossa amada Família Real de Eyrell. -Disse o orador, finalizando seu discurso.

A cerimônia foi aberta a todos que desejassem contemplá-la. Os caixões seguiram de lá para a floresta, como era de costume. Entre os elfos, era comum enterrar seus mortos aos pés de uma árvore, próximo onde outros membros da família haviam sido sepultados, mantendo-se, destarte, a família sempre unida. Mesmo depois da morte. Com isso, acreditavam aumentar as chances de fazê-los reencarnar juntos.

Os eyréllicos não sabiam como o reino seria administrado dali em diante... não existiam sucessores diretos, Hélio fora o último Jardais.

***

Cena III – O Trono a quem merece.

07 horas e 15 minutos. Reino Elfo – Eyrell. Palácio Real.

Os portões do palácio estavam trancados, lá dentro, confinados, havia chefes de todos os cargos de poder no reino: religioso, militar, acadêmico, mágico... Discutiam, quase aos pontapés, sobre o futuro do governo de Eyrell.

-Ora, mas que ideia estúpida é esta, Brian? -Zangou-se César Iros, chefe da Guarda e de alguns cargos dentro da Salvaguarda Legítima. -Deixar que escolham qual de nós deve governar como suplente? É um absurdo!

-Nada mais justo, agora que a coroa está sem herdeiros. -Rebateu Brian, mestre em magia nomeado Supremo Feiticeiro de Eyrell pela Rainha Maya. -O que sugere então? Governar você mesmo?

-Claro! Quem melhor do que eu para assumir o trono? Eu conheço de cabo a rabo os direitos e deveres dos cidadãos de Eyrell e tenho anos e anos de experiência em combate.

A Herdeira de ZaatrosOnde histórias criam vida. Descubra agora