Capítulo 25

57 10 0
                                    

Terceiro dia do terceiro mês, ano 7302.

Cena I – A Batalha Final.

Meia noite. Reino Anão – Ruthure.

As Terras Vulcânicas mais pareciam um cenário de tundra. A nevasca cobrira todo o reino, as runas do gelo e do vento estavam, agora, inalcançáveis sob metros de neve. Os gigantes estavam nas melhores condições enquanto os anões eram punidos pelo frio.

Aço Voador organizava seus aliados enquanto novos soldados ramavenos chegavam por teletransporte. Embora seu olhar mostrasse o brilho vitória, ela temia fracassar. Estavam alocados no litoral noroeste de Ruthure, divisa com Ramavel, a falta de ruthuranos por ali facilitou a tomada do território, embora o alvo fosse a capital.

Os Guardiões das Chamas estavam prontos. O plano era proteger a fortaleza, se os gigantes os queriam, que viessem atrás! Cícero anestesiara Urak por hora, fê-lo esquecer completamente da existência de Kira para que pudesse lutar bem. Ainda tinham dois Infernos Congelados e os usariam apenas contra a imperatriz.

-A tempestade está pronta? -Perguntou a Feiticeira Caída.

-Sim, imperatriz. -Disseram os mágicos que compunham seu exército.

-Carregar e disparar, agora! -Ordenou.

-Precisamos sair daqui! -Disse Hilda entrando apressada na cozinha da fortaleza. -Sinto uma perturbação pairando no ar.

-Magia. -Disseram as vozes duplicadas. -A guerra está começando...

-Todos para fora! -Bradou Urak.

Na correria, cada qual apanhou suas armas e debandou. Desta vez, não só o clã, mas também boa parte do exército anão estava na fortaleza e, ao saírem, viram no céu uma nuvem densa e escura espiralando exatamente acima do edifício. O ar pesado rodopiava em alta velocidade, desfolhando as árvores semimortas por causa da geada e agitando a neve que continuava a cair. Não demorou muito e logo um poderoso raio turquesa foi descarregado pela nuvem contra a fortaleza; obviamente não era um raio comum, ele atingiu o prédio com extrema força, explodindo-a de imediato e mantendo-se ativo até que só restassem pedras chamuscadas no lugar.

De um grande portal, surgido ao longe, os gigantes começaram a emergir. Aço Voador surgiu por último, acima de seu exército, toda prateada em sua couraça, voando, de braços abertos e olhos coloridos de azul-celeste pelo mana.

-ARQUEIROS, alinhar e disparar juntos agora! -Mandou Urak.

Os anões formaram quatro linhas com dez cada e zuniram suas pequenas setas nos gigantes. O ataque foi mal planejado, portanto ineficaz. O vento desviou as flechas e os Lumes Antigos passaram por inexperientes perante os Fiéis. Os gigantes zombaram enquanto se aproximavam marchando, eles mesmos preparando suas flechas desta vez; flechas que mais pareciam lanças se comparadas às dos anões.

-Deixe os arqueiros comigo, Urak! -Ralhou Darius.

-Eu sou o general e vocês, meus comandados. Mais disciplina! -Rebateu.

-A arma mais leve que portou na vida foi uma marreta! Eu sou quem entende de arcos. -Cortou o elfo, pondo a coroa de louros mágica. -Arqueiros, ao meu comando! Manter forma de dez por quatro, preparar tiro, marchar para leste e aguardar novas ordens!

Darius conduziu todo o contingente de arqueiros para o um dos flancos do exército gigante. A tensão só aumentava e o despreparo dos Lumes Antigos aborrecia Urak.

-Miguel, penetre nas linhas inimigas e mate o máximo que puder furtivamente. -Mandou o general e assim o homem invisível fez. -Manu e Garras, protejam Hilda, mas não deixem de atacar. Cícero e Miragem, tentem confundir esses malditos para que matem uns aos outros. Bruxas Siamesas, ataquem e protejam ao mesmo tempo, eu usaria o fogo contra esses imundos. Lanceiros, atenção às chuvas de flechas, montem a parede de escudos e protejam os Guardiões das Chamas com suas vidas. Os demais venham comigo.

A Herdeira de ZaatrosOnde histórias criam vida. Descubra agora