mudança de ares

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Gustavo Lins

 Não sei mais o que fazer, tudo ao meu redor está confuso, para minha sorte, ou falta dela, nunca quis me prender a ninguém, pois sei que meu destino sempre será essa confusão! 

 Geralmente meu fim de semana começa na sexta-feira logo pela manhã,não costumo ir para o escritório, mas nessa sexta, minha presença era fundamental, pois fechamos um novo contrato, e  eu teria que me mudar ainda nesse fim de semana, foi uma loucura total, afinal de contas, foi literalmente de um dia pro outro, e somente eu poderia gerenciar nossa filial.

Não me lembro como, mas foi fácil arrumar uma casa próximo ao meu novo local de trabalho. Minhas malas estavam prontas, não podia perder nem mais um minuto, após assinar toda a papelada e acertar meus relatórios peguei minhas coisas e parti rumo ao meu novo lar, minha nova cidade, e no caminho fiquei pensando, talvez seja bom eu não me apegar a ninguém, dessa forma fico livre para cuidar dos negócios da Brand's S.A, e livre de culpa por magoar alguém. Nunca fui bom com sentimentos! 

 Chegando na cidade me encantei, um lugar tranquilo, bem calmo, hospitaleiro e um tanto familiar - tirei a sorte grande dessa vez – pensei comigo, e fui direto para a pequena casinha que aluguei, o proprietário queria muito me vender, mas não sei quanto tempo vou ficar, então o convenci a alugar para mim!

 Minha casa ficava a mais ou menos meia hora da filial Brand's S.A, e como eu gosto de caminhar, fui lá conhecer o local, que também fica de frente a Avenida principal da cidade!

Aproveitei o máximo que pude no fim de semana, fui conhecer o centro da cidade com mais calma e claro, os melhores lugares para um Happy Hour;  haviam vários e confesso que me agradei com todos, já sei que não vou me entediar nessa cidade aconchegante.

 Acordo como de costume ao som de Nickelback, como adoro essa banda! E me preparo psicologicamente para essa nova fase. Vejo que há muito que se fazer na empresa, havia muito material em falta e muitas coisas por fazer no terreno,  precisamos iniciar a produção o mais rápido possível, afinal, quem não produz não lucra!, fui ver o que precisava comprar e conhecer os fornecedores. O dia foi longo e produtivo, apesar do meu escritório ainda não estar pronto me prontifiquei a fazer as ligações necessárias. No fim do expediente resolvi caminhar tranquilamente para casa e observar mais os detalhes daquele lugar encantador, e me encantei ainda mais ao ver uma linda jovem parada no outro lado da Avenida, com um bebê no colo, devia ser sua filha. Ela parecia inquieta, estava esperando alguém com certeza, fiquei encarando-a por um longo tempo, e imaginando o que ela fazia ali, a essa hora e sozinha, quando um sentimento de raiva tomou conta de mim.

Será que ela esperava pelo pai do bebê?, será que ela era casada?, não entendi o que eu sentia naquele momento, quando percebi que seu olhar veio de encontro ao meu, subi no primeiro ônibus que parou ali!

Como assim? Que tolice a minha, não preciso de ônibus para ir pra casa, estou morando  logo ali na esquina, vou descer no próximo ponto, e que reação foi aquela? Porque me incomodei tanto com aquele pensamento? Afinal, acabei de vê-la e nem se quer a conheço, e por mais que eu quisesse ela não está livre para mim... Gustavo Lins se recomponha por favor – pensei – Assim que cheguei em casa fui tomar uma ducha para esquecer o ocorrido e dormir, tentativa em vão, passei quase a madrugada atordoado com toda essa reviravolta, custei a dormir e mais ainda pra acordar...

Mas não podia me manter ali, eu precisava trabalhar.

Lizie

Lizie...

  "Chegando na rodovia uma onda de inquietação tomou conta de mim, não sei o que era, um misto de nervosismo com alegria, mas por que eu estava nervosa? Comecei a observar ao meu redor, o que poderia estar causando isso. Descobri o que tanto me atordoava e me deixava desconfortável, eram dois olhos lindos que me encaravam de uma forma que nunca vi antes, com ar de curiosidade, de expectativa, mas de repente, de raiva.

A garota da AvenidaOnde histórias criam vida. Descubra agora