Cretinos!

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                - Achou mesmo que eu iria desistir de você Lizie? Não sou assim tão bobo.

                - Ivan, o que você quer? E o que está fazendo?

                - Nossa achei que você fosse mais inteligente Lizie. Eu quero tudo aquilo que teria se você não me deixasse, quem sabe sequestrando você eu não consiga uma boa grana da sua vovozinha?! Afinal, ela faz tudo por você.

                - Ivan você está louco? Seu plano ridículo não vai dar certo... – Foram as últimas palavras que proferi, antes que tudo escurecesse.

Não sei o que aconteceu, senti meu corpo pesado e dolorido, lembrei-me de estar no carro com Ivan antes de desmaiar, e por medo de onde poderia estar abri meus olhos bem devagar, reconheci a sala de um hospital, me mexi desconfortável, acho que passei muito tempo na mesma posição. Senti um aperto forte em minha mão, levantei um pouco a cabeça para ver quem era.

Bruno estava sentado ao lado da cama, não o tinha visto, e percebi que o peso que senti sobre meu corpo era sua cabeça que estava deitada sobre mim. Tentei me levantar um pouco mais, mas ele me impediu.

                - Shii... Não se esforce meu amor. Fique deitada, vou chamar o médico para lhe avaliar. Fique quietinha. – Deu um beijo casto no alto da minha cabeça e saiu.

Instantes depois o médico adentrou ao quarto seguido por Bruno e uma enfermeira.

                - Até que enfim minha paciente acordou. Como se sente?

                - Bem, e um tanto dolorida, o que aconteceu?

                - Infelizmente, o traste do Ivan tentou te sequestrar. Eu não pude impedir, antes mesmo de chegar ao aeroporto seu tio me ligou avisando que você fora raptada, e que pela agilidade do idiota, não pode ver com perfeição quem foi, mas desconfiava do Ivan. Ele anotou a placa e o modelo do carro me passando, então ao invés de ir até o aeroporto segui para tentar encontrar o carro, calculei mais ou menos a distância e acelerei, o encontrei, e fiz o possível para que ele não percebesse que o seguia. Não foi difícil, afinal era uma rodovia bem movimentada. Percebi que iria parar para abastecer, e por sorte no posto havia uma ronda policial. Fui até a polícia e avisei que dentro do veículo havia uma moça, você, e que fora sequestrada. Rapidamente eles foram até o carro abordá-lo. Eu segui logo atrás, quando Ivan me viu  ficou furioso. Mas eu entrei em choque ao te ver desacordada. Sem dar importância e ouvidos ao que os policiais diziam te peguei e trouxe ao hospital. Não sei exatamente como você desmaiou ou o que aconteceu entre o tempo que segui o carro dele.

Saber que Bruno estava indo até o aeroporto me fez lembrar das razões pelas quais eu estava indo embora, e também de meu filho. Me fez ver o quanto eu estava cometendo uma loucura abandonando ele daquela forma.

                - Doutor, a quanto tempo estou aqui? E está tudo bem comigo e com o bebê? – perguntei com insegurança, pois não sabia se Bruno estava ciente da minha gravidez.

                - Você chegou ontem a noite, fizemos os exames necessários e possíveis com você desacordada, não houve nenhuma alteração neles, porém...- não dei tempo que continuasse. Sua expressão havia me posto em alerta. Vi que Bruno também estava com um semblante diferente.

                - Porém o que doutor?  Por favor não diga que eu o perdi? De novo não?! – não contive as lágrimas que me invadiram junto com a tristeza.

                - Calma, confesso que não fizemos exames de gravidez, por isso, meu espanto, não sabíamos que você estava grávida. Mas faremos uma ultrassonografia completa para verificar seu bebê. Acredito que o mesmo esteja bem, já que você não sofreu nenhum acidente, foi apenas um desmaio. Um pouco demorado, devo ressaltar. Com licença, vou fazer o pedido para que aprontem a sala de ultrassonografia.

A garota da AvenidaOnde histórias criam vida. Descubra agora