Bônus Bruno II

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Não aguento mais de saudades da minha princesa. Sei que serão apenas dois dias que ficaremos longe, mas já estou sentindo falta do seu cheiro, do seu beijo, do seu corpo abraçado ao meu. O caminho de volta foi estressante Camille não parou de reclamar um só momento. Eu precisava de paz um pouquinho só.

Enfim chegamos em casa, peguei as coisas do carro e Camile foi direto pro banho, como sempre fez. Eu nem me importava mais, ela nunca foi de fazer serviço "pesado", como dizia. Assim que as malas estavam todas em seus devidos quartos eu fui tomar meu banho, e preparar a pauta da reunião de amanhã.

Patrick havia adiantado um pouco o que os clientes queriam e como foi super em cima da hora eu não tinha nenhum projeto pronto, mas sim em mente. Me vi tão inspirado que ao invés da pauta, saiu o esboço da reforma do Mustang, é,  dessa vez eu me superei, pensei comigo mesmo. Camile entrou no escritório pegando o esboço da minha mão.

- Nossa maninho, tá lindo, mas não era pra fazer uma pauta simples com os detalhes do carro? Acho que o amor de alguém tá deixando você mais que inspirado. – Ela caçoava.

- Cala a boca pirralha. – retruquei lhe fazendo cócegas. – Realmente estou inspirado, apaixonado e morrendo de saudades.

- Hum, que lindo, meu irmãozinho de quatro pela Lizie.

- Vai brincando, sua hora vai chegar viu. Aff, nem quero pensar nisso, você ainda é um bebê, não vou suportar te ver namorando. Argh.

- Como é bobo, e ciumento. Saiba que já tenho idade sim pra namorar, só não encontrei ninguém que valesse a pena.

- Sei, espero que esse dia nunca chegue.

- Pois é, enquanto esse dia não chega, eu me divirto por aí. – Ela disse me mostrando a língua e saindo antes que eu respondesse.

Revirei os olhos com seu comentário e me recusava pensar nas coisas que ela aprontava quando saia com as amigas. É, minha princesinha estava crescendo, e com nossa mudança pra outra cidade a sua rotina também mudaria, claro que até ela fazer novas amizades. Deixei meus pensamentos de lado e me concentrei no dia seguinte. Tomara que dê tudo certo.

Acordei atordoado, um pesadelo com minha Lizie me atormentava. Precisava vê-la, e assim faria quando resolvesse tudo. Olhei no relógio, eram 4:45, resolvi me levantar e me preparar com calma pra reunião. Tomei um bom banho, vesti meu terno cinza chumbo com uma camiseta social azul clara e gravata em tons de azul com cinza. Desci e preparei meu café da manhã.

A Minha ansiedade perante a reunião ou em ver a Lizie me fez bater recorde, estava pronto pra sair de casa às 5:30. A reunião estava marcada para às 7:00, não sei o que farei até lá, mas não vou ficar em casa esperando a hora passar.

Fui até o quarto da Camile e me despedi dela, como sempre sonolenta só disse boa sorte, virou pro lado e dormiu. Ai ai, essa minha irmãzinha é um doce. Segui para a empresa, a vantagem de sair mais cedo de casa é que o trânsito ainda não estava caótico. Sorri ao perceber que já havia desacostumado com a grande São Paulo.

Como cheguei cedo na empresa resolvi rever alguns documentos da nova filial, Patrick também havia chegado mais cedo e foi ao meu escritório assim que percebeu que eu  já estava lá.

- Nossa!, que vontade de trabalhar hein amigo?, madrugando no escritório?! – Ele disse em tom de brincadeira.

- Pois é, preciso resolver logo minhas pendências.

- Hum, com esse sorriso bobo no rosto sinto cheiro de mulher no meio. Tô certo?

- Tá sim Patrick. Conheci uma garota linda na praia, ela é neta da Madalena, a senhora que tem uma casa no mesmo condomínio que eu.

A garota da AvenidaOnde histórias criam vida. Descubra agora