Capítulo 5 - A Rainha

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Tiago seguiu o Rei que corria feito um raio em direção ao Submundo, empurrando os curiosos para longe. Rei abriu as portas com força e sumiu lá dentro. Tiago o seguiu pelo corredor escuro e estancou na entrada do salão. Alexandre estava encolhido no chão enquanto uma massa enorme e preta como tinta liquida se erguia diante dele. A criatura tinha olhos esbugalhados e vermelhos como rubis e garras afiadas e escuras. Era Robert.


Rei não esperou nenhum segundo e partiu para cima da criatura lançando feitiços reluzentes que faziam a criatura retroceder com passos pesados. Tiago correu para Alexandre e o ajudou a levantar, o garoto estava com um corte no braço, vertendo sangue sem parar. A criatura desceu as garras no ar e não acertou Rei por pouco. Rei lançou um feitiço em direção a fonte que começou a derramar vinho e com outro feitiço o vinho atingiu a criatura na cara. Rei aproveitou a distração do monstro e subiu por suas costas enormes e cheia de calombos e montou no seu ombro. Rei abriu o saquinho enquanto tentava se equilibrar nas costas da criatura que rugia ferozmente.


— Provus D'nador— Rei gritou por cima do barulho de rugidos e jogou um pó prateado na cabeça do monstro que urrou— Dilebus Miriabus!


A criatura gritou alto, Tiago e Alexandre levaram as mãos aos ouvidos. As garras negras do monstro se fecharam em torno de uma das pernas do Rei e o arremessou. O garoto girou no ar, bateu na parede e escorregou para o chão, desacordado com o pó prateado sujando suas roupas e cabelos. O monstro virou-se para os garotos na porta e rugiu, partindo para cima deles com passos pesados.


A criatura estava a centímetros dele, as garras afiadas fazendo talhos profundos no chão. Então estancou. Tiago e Alexandre deram passos apressados para trás. O monstro soltou um rugido doloroso e explodiu em uma nuvem de luz prateada e quente. Quando a luz retrocedeu, Robert estava caído no chão, desorientado e nu, com pó prateado por todo o seu corpo. Sentou com dificuldade.


Tiago correu para ele e o abraçou com força. Sentiu o amigo trêmulo entre seus braços.


— Tiago, eu... Eu não lembro de nada!


— Está tudo bem. É o que importa. Você se sente melhor?— Tiago se afastou para analisar o rosto do amigo.


— Sim. A dor se foi.


— Eu... Ai... Não vou ganhar nenhum abraço?— Tiago olhou alarmado para o outro lado do salão. Rei estava encostado na parede— Acho que quebrei alguma costela.


Tiago correu para ele e se abaixou. A camisa do Rei estava manchada com sangue. Tiago sentiu as mãos tremerem.


— Você está ferido!


— Nossa, você é algum anjo do óbvio?


Rei estalou a língua impaciente com a dor. Estalou os dedos e passou a mão por cima do ferimento, uma luz azul explodiu em seu peito.


— Ah! Bem melhor.


— Muito obrigado— Tiago o abraçou— Muito obrigado por salvar Robert.

O Rei das SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora