Capitulo 13 - Voltando para Casa

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Rei abriu os olhos. A claridade palpitante e as ondas de calor informaram que ele estava perto de um fogo, e de fato, quando sentou deparou-se com chamas vivas ao seu lado, pequenas criaturas feitas de faíscas dançando ao som de uma música inexistente. Ele virou a cabeça para todos os lados para ver aonde estava.

Estava deitado no chão de uma caverna pequena e úmida com estalactites e estalagmites formando pilares naturais. Alguém andava do outro lado da fogueira, de um lado para o outro. A pessoa em questão usava uma grande capa esmeralda que farfalhavam ao andar. Rei estalou os dedos e a magia fluiu por eles como chamas roxas.

—Quem é você?—Indagou se levantando ligeiro.

A pessoa parou de repente e virou-se para ele, lentamente levou as mãos ao capuz e o puxou para trás. Logo as chamas mágicas iluminaram o rosto de um homem de pele brilhante como a lua e olhos dourados como ouro, assim como os cabelos compridos presos em uma trança pesada, de onde um par de chifres cônicos surgiam.

—Cenonus? Como...? Aonde estou?

—Estamos perto da faculdade, mas como não podia entrar lá sem sua permissão, o trouxe para essa caverna. Acha que eu não saberia quando uma grande camada de tecido da realidade se rasga? Rei, eu senti ele voltando, senti as barreiras caindo quando ele saiu daquela prisão anormal. Agora sua guerra se tornou a nossa,

—Sinto muito, senhor— Rei abaixou a cabeça— Sei que Demian é perigoso e...

—Demian? Não estou falando de Demian, rapaz. Estou falando dele... Oberon.

Rei sentiu como se tivesse levado um soco no estômago.

—O que?

—Isso mesmo. Oberon voltou.

.

***


Tiago acompanhou os dois estranhos por uma estradinha de terra batida, ladeada por vastos campos verdes que eram pontilhados com casarões escurecidos pelo tempo. Logo a estrada dobrava para dentro da floresta e se apagava, mas os dois estranhos andavam decididos, então pareciam saber para onde estavam indo. Tiago ouvia os sons sombrios da floresta.

—Aonde estamos indo?

—Aos Mestres—Respondeu o garoto de chifres indo mais devagar para acompanhar Tiago, a garota ia na frente, decidida, com a tocha em mãos—Eles são legais e tudo o mais.

Então a floresta se abriam e um imenso vale comprido com grandes montanhas afiadas em volta. No centro do vale havia uma pequena cidade de casas marrom e tortas, no centro uma praça circular e pequena com uma fonte de pedra de uma sereia jorrando água pelos dedos longos e finos como garras. Quando o trio passou por ela a mesma mexeu a cauda de peixe e os observou atentamente. Na praça havia muitas tendas coloridas vendendo coisas interessantes como pedras de lua, garras de lobisomem, pelos de Pé Grande e uma tenda rosa com cheiro de chiclete oferecia pós coloridos que informava em uma placa prateada pertencer a fadas. Eles seguiram por um beco estreito entre duas casas. Saindo em outra rua, mais estreita e vazia que as outras eles pararam diante de uma porta vermelha desbotada. A garota bateu à porta duas vezes e a mesma foi aberta por uma mulher idosa de curtos cabelos brancos e vestido vermelho largo.

—Enfim chegaram— E afastou-se para que pudessem entrar, a mesma olhou para Tiago de cima abaixo—E esse, quem é?

—Ele tem noticiais para ele.

—Muito bem, então vão em frente. Ele anda muito impaciente ultimamente. Vão em frente.

E atravessaram uma pequena sala com um sofá manchado de frente para uma lareira de pedra. Tiago viu uma vassoura varrer o chão de pedra, sozinha, os livros em uma pequena estante de madeira se organizarem por cor. A garota estalou os dedos e a tocha se apagou, então indicou uma porta de madeira polida.

O Rei das SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora