A noite tinha chegado e como combinado fomos para a balada os quatro. Bebemos muito, dançamos, conversamos, mas não consegui arranjar um momento certo para falar com Ricardo. Por isso regressei a casa, sem ter conseguido aquela conversa.
Eu fui quem bebeu menos, pois era eu o condutor nessa noite. Já estávamos de saída da balada, perto das quatro horas da madrugada, e como já era bastante tarde, para ainda ter que ir deixar o casal no hotel e voltar para casa, Miguel teve a "excelente" ideia de convidá-los para dormir no nosso apartamento.
Já em casa acomodei-os no quarto e fui deitar-me apôs fazer minha higiene. Confesso que não conseguia dormir. Só de pensar que ele estava dormindo ali, no quarto ao lado.
Acabei por me levantar, sem acordar o Miguel, em direção á cozinha para beber água.
Qual não foi o meu espanto, quando vejo a luz da cozinha acesa e encontro Ricardo sentado na mesa a beber água.
Leo: Oi.
Ricardo: Oi. Desculpa ter invadido assim a tua cozinha, mas acordei cheio de sede. – disse meio atrapalhado.
Leo: Não te preocupes. Está á vontade. Também vim beber.
Ricardo: Pelo menos fazemos companhia um ao outro.
Leo: Espero ser boa companhia então!
Ricardo: Certamente és!
Após ele ter dito isso, instalou-se um silêncio agoniante. Era hora, tinha que aproveitar aquele momento para tirar tudo a limpo.
Leo: Ricardo...
Ricardo: Sim.
Leo: Te lembras como era o rapaz que tu conheceste? Ainda tens contacto com ele hoje?
Ricardo fica pensativo por alguns segundos.
Ricardo: Já faz para aí uns 10 anos que o conheci e nem me lembro direito já como ele era. Nem de alguém que eu conheci á um mês atrás me lembro direito, quanto mais de alguém que não vejo á 10 anos. Porquê dessa pergunta?
A resposta dele me deixou bastante triste e desiludido, pois pensei que aquilo que tinha-mos vivido tivesse sido tão importante para ele como foi para mim. Mas pelos vistos para Ricardo, não passei de uma aventura de verão, e isso magoou-me muito.
Leo: Nada não. É que um amigo meu, me disse que tinha conhecido um rapaz lá, chamado Ricardo, e nunca mais o viu. Pensei que foces tu. Mas esquece, foi uma pergunta estúpida. – disse já me levantando e dirigindo-me para a porta.
Entretanto Ricardo também se levanta e me segura pelo braço. Me viro instintivamente para ele, ficando ambos de corpo colado um no outro, olhando fixamente um para o outro.
Ricardo: Por acaso esse teu amigo não tem o mesmo nome que tu!? Ou estamos falando de ti? – disse ainda segurando meu braço.
Leo: O que é, que isso interessa. Tu não lembras mesmo! – disse tentando me soltar e sair dali, mas Ricardo não me deixa, e me segura agora os dois braços.
Ricardo: O que importa aquilo que eu lembro!? Que diferença faz!? És tu quem está de casamento marcado, não sou eu. Para quê lembrar disso agora. – dizia indignado.
Leo: Quer dizer que és mesmo tu, e lembras de tudo. De mim!
Ricardo: Achas que algum dia eu iria esquecer os melhores dias da minha vida. Só nunca pensei que te acharia de novo e muito menos nestas circunstâncias. – disse soltando os meus braços.
Leo: Eu só queria ter a certeza que eras tu. Apesar de o meu coração já saber. Eu tive tantas saudades tuas. Voltei lá todos os anos, até que perdi a esperança, pois nunca mais te encontrei lá. E tu tinhas dito que voltarias. – disse já em lágrimas, me lembrando do sofrimento que passei por causa disso.
Ricardo me envolveu num abraço forte e carinhoso.
Ricardo: Eu também senti muito a tua falta. Mas por mais que tentasse eu não consegui mais voltar lá. Meu irmão por questões de trabalho e finanças, não pode mais fazer isso e eu era menor, então ir sozinho, estava fora de questão para meus pais.
Leo: Tá. Tudo bem. – disse me soltando dos seus braços e enxugando as lágrimas.
Ricardo: Contínuas o mesmo chorão. – disse sorrindo.
Leo: Há para...- disse empurrando ele – Agora és tu o baixinho!
Ricardo: É, pelos vistos acabaste crescendo mais do que eu, mas também não foi muito mais do que eu.
Leo: Não interessa, sou mais alto do que tu. – disse com cara de gozo.
Ricardo: Até podes ser mais alto, mas eu contínuo a ser o mais forte. – disse já me pegando ao colo.
Leo: Está bem. És o mais forte, mas põe-me no chão, antes que apareça alguém e nos veja.
Ricardo: Agora falando sério. Como é que a gente fica agora que está tudo esclarecido entre nós. – disse já me colocando no chão.
Leo: A...Amigos...acho que só isso.
Ricardo: Amigos!? Sério? Só isso!? Pocha pensei que ainda meche-se contigo. Que estivesses afim de viver agora aquilo que não nos foi possível ter. – disse se mostrando desiludido.
Leo: O que queres que eu faça? Eu sei que adoraria, te encher de beijos, ficar contigo. Mas tem o Miguel. Eu estou noivo. Vou-me casar daqui a três meses. Não quero magoá-lo.
Ricardo: Eu sei. Estás noivo não casado. Mais vale terminar agora por mais doloroso que seja para ele. Do que tu víveres sofrendo e mentindo para ti mesmo depois. E fazendo-me sofrer também.
Leo: Estás esquecendo que também tem a Carol nesta história.
Ricardo: A Carol não é problema. Eu sei que ela vai entender. Mas é claro que vai ficar chateada. Só falta é tu também quereres o mesmo que eu.
Leo: É claro, que eu quero! É tudo o que eu mais quis em toda a minha vida. Foi ficar contigo. Mas no meu caso tem o casamento. Isso significa muita coisa para cancelar, não é só terminar com o Miguel.
Ricardo: Tens razão, mas não poso deixar-te casar com ele só por causa disso. Por isso o melhor é a gente contar tudo logo o quanto antes e juntos, para os dois.
Leo: Eu sei. Mas dá-me um tempo, para pensar de que jeito. Tá?
Ricardo: Tá, mas não demora muito, se não conto eu mesmo, sozinho. E agora vem cá vem... – disse já me agarrando – me deixa beijar essa boca gostosa, que eu estou morrendo de soldades. – disse já indo me beijar com muita intensidade, e ficamos por alguns minutos assim entre beijos e amássos, até que dissidi interromper aquilo.
Leo: Pára Ricardo... Assim tu me deixas louco...-dizia enquanto o Ricardo voltava a interromper-me com beijos – É sério...pára...eles podem aparecer...Pára. – disse já empurrando e me afastando dele, na qual já demonstrava um bom volume, nos boxers.
Ricardo: Minha nossa. Como tu contínuas gostoso, até demais!- disse com um sorriso safado.
Leo: Estou vendo pelo volume, que tua motivação continua em alta. – disse safadamente, mordendo o lábio. Só para provocar.
Ricardo: Safado é. Queres serviço completo!? – disse com a maior cara de safado, já me agarrando de novo.
Leo: Não. A gente não pode fazer isso. Não aqui e nem agora. O melhor é a gente ir dormir. Boa noite. – disse já me soltando dele e correndo para o quarto antes que o Ricardo me agarra-se ali mesmo, na cozinha.
Passei o resto da noite pensando em tudo o que acabara de acontecer. E como eu iria resolver a minha situação com o Miguel.
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Meu Primeiro Amor o Reencontro
RomanceQuem não se recorda do primeiro amor com quem estreou o hábito de suspirar, do primeiro beijo, da primeira vez? Essas doces lembranças. Esta é a história de Leonardo, que conheceu seu primeiro amor aos 14 anos, Ricardo. Agora com 24 anos Leonar...