No dia seguinte voltamos a nos encontrar como combinado, na praia à noite. Pois durante o dia era quase impossível estarmos juntos, pois a praia enchia de tal forma que era fácil nos perdemos nela dos nossos familiares. Ao contrário da noite em que a praia esvaziava, permanecia praticamente vazia.
Andamos assim, nos conhecendo, e cada vez mais me sentia atraído pelo Ricardo. Pelo seu jeito brincalhão, carinhoso e sincero. Nos divertíamos muito nessas noites.
Numa das nossas ultimas noites, ele se sentou por baixo das escadas de acesso à praia, numa zona um pouco mais escondida. Me sentei do seu lado, quando ele me surpreendeu com um beijo. Meu coração perdeu o controlo quando Ricardo foi até minha boca e encostou seus lábios nos meus. Naquele instante, com nossas bocas se entrelaçando e nossas mãos dando o carinho que havíamos guardado até aquelo momento, eu percebi uma coisa. Estava perdidamente apaixonado por ele. E sabem qual era o melhor de tudo? O sentimento era reciproco.
Quando nossas bocas se separaram, eu me deitei em seus braços. Meu ouvido estava perto de sua boca, o que me deixou ouvir claramente suas palavras sussurradas.
Ricardo: Te quero para sempre – disse me abraçando mais forte.
Nossos lábios se tocaram novamente e eu senti algo se elevando na sua calça, e minha mão abrindo instintivamente seu zíper. Minha boca desceu até sua cueca, abaixei-a e fiquei um tempo por lá brincando. Antes que pudéssemos chegar ao prazer, nós parámos, porque não era esse o nosso foco. Ricardo deixou bem claro que sexo não era a sua prioridade.
Fomos embora e nos despedimos com um forte abraço e um simples selinho carregado de sentimento e felicidade de um dia que jamais irei esquecer.
Foi tão incrível a maneira como parecia que nos conhecíamos há anos. A partir daí não tínhamos mais vergonha da companhia um do outro. Nos divertimos juntos como se não tivesse nada nem ninguém ao nosso redor. O medo não afligia mais a nossa paixão.
O dia que nos iria separar pelo menos durante um ano, até voltar novamente de férias, estava chegando. Amanhã seria o nosso ultimo dia juntos e para que aquela semana fica-se para sempre marcada em nossas vidas, eu decidi me entregar a ele por completo. Então aproveitei o facto de meu pais irem ficar fora por horas, para o convidar para passar a tarde comigo no meu apartamento, com a desculpa de jogarmos um videogame novo.
Nunca tinha transado e não sabia o que esperar. Mas Ricardo me transmitia uma grande segurança, e sabia que mesmo que o destino nos separa-se, ele era o cara certo para a minha primeira vez.
Ricardo: Teus pais, não estão? – perguntou enquanto o dirigia para o meu quarto, pois seria lá que iriamos "jogar".
Leo: Não! Hoje meus pais dissidiram ir ao teatro e ficarão fora por umas boas horas. – disse já em meu quarto.
Ricardo se sentou ao meu lado e sussurrou algo que me fez corar. Sem falar uma palavra, ele pegou na minha mão e me beijou. Fiquei sem palavras, diante da ousadia dele.
Quando vi, já estávamos na cama, eu apenas de cueca, a única peça de roupa que ele não tinha tirado. Transamos duas vezes sem trocar uma palavra, era como se víssemos nos olhos um do outro, tudo aquilo que sentíamos. Os únicos barulhos eram dos nossos gemidos. Achei tão sexy estar ali, naquele quarto, transando maravilhosamente com um português que mal sabia se iriamos poder levar aquilo por diante, ou até mesmo nos encontrar de novo.
Adormeci, e quando acordei, ele já não estava mais lá. Só encontrei um bilhete dele sobre a mesinha que dizia:
Desculpa por acordares sozinho, mas detesto despedidas, principalmente com o amor da minha vida, tu. Tive que ir embora mais sedo, por isso não me verás mais este ano. Espero muito podermos voltar a estar juntos, no próximo ano nesta mesma altura.
Foste a melhor coisa que já me aconteceu na vida, e não me arrependo de nada.
PS: Adorei a nossa tarde.
Te amo muito
Ricardo
Foi assim com aquela promessa de que o veria no próximo ano, que pedi a meus pais que lá voltássemos todos os anos. Mas eu nunca mais o vi. Todos os anos, até aos meus 18 anos, eu voltei lá, na esperança de o voltar a encontrar. Acabei desistindo e nunca mais lá voltei.
Hoje tenho 24 anos, estou noivo do Miguel, que conheci já com os meus 20 anos e caso-me daqui a três meses.
Nunca irei esquecer o Ricardo, meu primeiro amor. Mas me pergunto, como estará ele agora, 10 anos depois com os seus 26 anos.
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Meu Primeiro Amor o Reencontro
Storie d'amoreQuem não se recorda do primeiro amor com quem estreou o hábito de suspirar, do primeiro beijo, da primeira vez? Essas doces lembranças. Esta é a história de Leonardo, que conheceu seu primeiro amor aos 14 anos, Ricardo. Agora com 24 anos Leonar...