Nebulosas caminhavam nos meus olhos e explosões aconteciam a cada instante. Esse era meu sono conturbado. Acordei daquela angustia, enfim. Havia me debruçado sobre uma árvore e tirado um cochilo, apesar de tudo, eu ainda era um humano.
Eu estava levando ela para lá com a esperança que ela fugisse no caminho, mas não. Ela ainda estava por lá, analisando cada pétala de cada flor encontrada pelo caminho. Analisei cada centímetro quadrado da sua feição.
Ela se levantou com um buquê de tulipas vermelhas e ficou por minutos analisando e arrumando cada flor.
-Você não é a primeira pessoa que matei, meu amor. Me lembro de alguns massacres ao longo de minha vida. Todos eles correram, mas minhas balas foram bem mais rápidas. Policiais nunca foram capazes, viviam em seus romances idiotas.
Ela sorriu, como sorriu antes. E disse
- E onde estão eles agora? Você trata a morte como uma profissão? O abatedor e suas galinhas.
Eu não aturei o deboche dela, me lembrava seu jeito esnobe de me amar.
- Eles estão mortos, como você estará. A morte é o meu troféu e eu levo essa conquista. Você com certeza será meu Grande prêmio.
O céu estava abaixando e eu percebi a hora de partir. Vi que ela estava mais anciosa que eu.
- Não iremos, cão de abate? Ela disse.
- Já esta na hora, meu amor.
Ela me deu as mãos e partimos para o norte, onde os campos continuavam a subir.
Corvos nos rodeavam e susurros na minha mente eram frequentes.
"O inferno pertence aos loucos"
"O inferno pertence aos loucos"
"O inferno pertence aos loucos"Seu buquê não saíra de suas mãos na caminhada...
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Primaveras
Short StoryA que ponto você pode chegar por determinada pessoa? A sua mente o trai e te traz consequências inimagináveis. A história de um psicopata tão normal quanto você, tão humano quanto você, amante de um belo por do sol. Mergulhe na psicanálise profund...