Cap.5 - O amor vai se construir como tempo

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Antonella

Depois de alguns minutos chegou hora dos convidados cumprimentarem o novo casal, apertos de mãos, sorrisos fracos e desejos de felicidades eram acompanhados da fotógrafa que registrava tudo. Percebi que Pietro respirava fundo, passou a bufar e até que começou a bocejar, cansado.

- *Risos* Calma já está acabando.- Disse apontando, com a cabeça, a fila que ficava menor.

- Isso aqui está muito entediante. - Respondeu limpando as lágrimas do bocejo.

- Eu sei, só aguente mais um pouco. - Sorri para ele, tentando anima-lo, ele retribuiu com um sorriso também de canto de boca.

Quando a fila, finalmente terminou a música começou, fui sentar-me a mesa, que era comprida, do meu lado direito meus pais e do esquerdo Pierro e os pais dele.

- Como está querida?- Minha sogra, que agora estava do meu lado, perguntou.

- Menos nervosa. - Disse com um sorriso.- A família  Bracaleone tem muitos membros e amigos. - Observei.- Que bom.- Visto que poucas pessoas da minha família puderam vir.

- Ah! Querida.- Ela olhou para Pietro que retribuiu com um olhar sério. - São... na maioria...amigos... da família.- Respondeu com um sorriso que não mostrava os dentes e sem graça.

- Hum...

Logo começaram a servir o almoço, muito bem servido, pois tinha a entrada, a salada e o prato principal, enquanto isso conversava com as pessoas da mesa e com alguns convidados que vinham também conversar. A música continuava calma, quando um dos organizadores veio até o meu lado.

- Hora do bolo.- Cochichou no meus ouvido, eu acento com a cabeça, coloquei a mão no ombro...do...meu....marido.

- Hora do bolo.- Falei no ouvido de Pierro, ele pediu licença para todos e saímos da mesa.

Fomos até um canto do lugar que tinha acabado de ser decorado, com uma mesa florida e o bolo bem decorado. Eu e Pietro, ficamos atrás do bolo o, lado a lado, fotos foram tiradas, até que finalmente pudemos cortar aquele bolo com massa de creme, morangos e chocolate, colocamos a primeira fatia no prato.

- Quem dá na boca de quem primeiro?- Pierro me perguntou, fiquei ruborizada. - Hei! Calma, de estou falando do bolo, ainda não é hora de ficar assim.- Ele riu de boca aberta, então enfiei o garfo na boca dele.

- Eu começo.- Eu comecei a rir, meu erro foi que ri de boca aberta também.

Pietro aproveitou pegou um pedaço e colocou na minha boca, como vingança. Antes que pudesse haver qualquer guerra de bolo entre nós, o organizado entra no meio para cortar o resto e entregar para os convidados. Eu e Pietro ainda riamos.

- Senhoras e Senhores, agora a noiva irá dançar com seu pai.- O vocalista da banda anunciou.

Meu pai se aproximou, pegou minha mão e fomos até a pista de dança. Com uma música suave, começamos uma valsinha.

- Então, o que está achando de tudo?- Meu pai perguntou enquanto dançávamos.

- Tudo está tão bonito.- Falei olhando para cima e para os lados.

- E com seu noivo...?

- Pai! Nos ainda estamos nos conhecendo.- Respondi indignada.

- Eu sei, eu sei, foi uma pergunta idiota.

- Bem idiota.- Reafirmei.

- Bem... quando se tem um casamento arranjado, como este, costumam dizer que o amor se construi com o tempo.

-  Isso é verdade, tanto para aqueles que tem casamento arranjado quanto não.- Meu pai afirmou com a cabeça.

- Se acontecer alguma coisa...

- Entrarei em contato imediatamente.

- Boa garota.

Continuamos a dançar, até que vi uma mão tocar o ombro do meu pai, era Pietro.

Pietro

Eu e Antonella cortamos o bolo, até ela ir dançar com o pai, quando se afasta percebo a presença de alguém do meu lado.

- Parabéns pelo casamento Brancaleone, desejo felicidades.- Reconheço a voz, é Giovane, da Família Vitale.

- Obrigado. Por que você está aqui mesmo?

- Porque você gostando ou não, ainda sou de uma Famiglia, apesar que, para vocês, não somos honrados. A sua família ainda é tradicional, e como tal, enviou convites para todos, mesmo sendo arriscado.

- ...

- Silêncio, então concorda comigo.- Ele tinha razão, não podia negar.- Então, posso te aconselhar, não se apaixone, é caso seja tarde demais, sugiro que ou conte a verdade, ou a proteja a sete chaves, pois o amor é uma fraqueza.

- Se você acha.- Era horrível admitir que Giovane tinha razão, inimigos podem usar Antonella para me afetar, tinha que ser cuidadoso. Quando ele estava saindo.

- Ah! Antes que eu esqueça, o bolo estava maravilho.- E enfim foi embora.

Me aproximei do palco, e vi Antonella dançando, ela estava sorrindo, aquele mesmo sorriso pelo qual me apaixonei, encostei a mão no ombro do pai dela, quando eles me viram pedi para dançar com ela.

Assim ofereci a mão direita para que ela aceitasse o pedido e quando aceitou a envolvi com o braço esquerdo, começamos a dançar.

- Oi.- Disse em um tom calmo.

- Oi.- Ela respondeu sorrindo.

- O que está achando de tudo?- Perguntai tentando puxar assunto.

- *Risos* Está tudo lindo.

- Porque riu?

- Porque de todos, eu achei que você fosse o último a me perguntar isso.

- Eu sei, também perdi o número de vezes que me perguntaram isso.

- Pois é...- Ela me olhou com carinho.

- Você...está...feliz?- Ela olhou para baixo.

- Não sei se vai gostar da resposta...

- Mas, eu quero saber.

- Conformada.

- Entendo...

- E você?

- Muito feliz, por me casar com alguém que admirei a distância.- Ela ficou sem graça.

- Você é um romântico incorrigível.

- Isso é bom, não? As mulheres não gostam?- Antonella riu mais uma fez.- Prometo que farei você me amar.

- E se não consegui?

- Hum... Seremos bons amigos.

- Quer ter uma friendzone com sua esposa?

- Friendzone? Não! Tá mais para uma amizade colorida.

Ela não soube me responder de outra forma a não ser ficar vermelha e enfiar o rosto no meu peito, o que só deu espaço para beijar o topo da sua cabeça, consegui sentir melhor o cheiro dela, era diferente, pensei que tinha sido minha mente da última vez, mas não, era mesmo um cheiro de frutas frescas com flores e isso era uma das coisas especiais que ela tinha.

Entre o amor e o perigoOnde histórias criam vida. Descubra agora