Antonella
Eu pensei que Matheus só quisesse me dar um abraço de despedida, como pude ser tão inocente? Ele realmente me deu um abraço, mas então ele começou a me apertar muito contra o corpo dele, e comecei a sentir as mãos passarem pelas minhas costas, me fazendo arrepiar, de um jeito ruim.
- Matheus... eu não estou conseguindo respirar... – Disse tentando me soltar.
Ele parou do me apertar um pouco e me encarou.
- Eu estava com saudade Ella. – Sussurrou.
Então Matheus se aproximou de novo, dessa vez me roubando um beijo. Lágrimas escorreram dos meus olhos. Eu estava chorando, porque aquele beijo... Não era Pietro, meu coração se apertava, além do sentimento de traição. O beijo de Matheus era bom, mesmo assim me sentia desconfortável, e quanto mais ele tentava aprofundar o beijo mais nojo eu sentia.
Enquanto eu tentava empurra-lo, Matheus me agarrava e passava a mão em partes do meu corpo, que eram constrangedoras. Tinha fechado os olhos por reflexo, ele exercia pressão sobre mim, quando de repente não senti mais essa pressão. Abri os olhos e vi Pietro na minha frente, me senti tão aliviada, e chorei mais, levando minhas mãos até os olhos para limpa-los.
- Que porra está acontecendo aqui? O que você fez desgraçado? – Pietro estava com raiva, eu nunca ouvi ele falar daquele jeito.
- Pietro... – Tentei dizer.
Pietro me abraçou e me levou para o quarto, sentamos na cama, eu chorava muito, com as mãos nos olhos para enxugar as lágrimas, quando me acalmei um pouco, fiquei olhando para baixo
- Quem era ele? – Ele ainda estava com irritado.
- Matheus, aquele que eu disse que gostava.
- É um homem morto.
Olhei espantada pelo que disse, e quando vi sua expressão, me afastei um pouco. Aquele era Pietro? O olhar dele me fez estremecer, era assustador, eu me arrepiei dos pés a cabeça, meu corpo paralisou, não sabia o que ele seria capaz de fazer com aquele olhar. Mas, por incrível que pareça, para mim, ao mesmo tempo tinha preocupação nessa expressão.
Já o conheço suficiente para saber que Pietro é um homem calmo, graças a aquela brincadeira que ele inventou, e aquele olhar, capaz de fazer uma pessoa correr de medo, como Matheus fez, não sabia que ele seria capaz de fazer aquela expressão. Apesar de ver aquela expressão, um homem capaz de fazer, literalmente, qualquer coisa, eu sabia que aquele era Pietro.
Um rapaz gentil e romântico, algumas vezes comediante, que, como eu tinha dito, uma boa pessoa, que se importa muito com os amigos e família, nunca os abandonaria. Respirei fundo, e quando olhei de volta, o olhar de Pietro não tinha mudado, mas eu não estava mais com medo, eu vi aquele que eu estava me apaixonando, não, aquele que me apaixonei, meu marido.
Não pensei duas vezes, apoiei minha cabeça no peitoral dele, pude ouvir o coração acelerado, e sentir ele respirando, se acalmando, olhei os punhos cerrados em cima da perna, Pietro estava se segurando para não sair correndo atrás de Matheus. Segurei a mão dele.
- Pietro, eu estava com medo, não imaginei que Matheus seria capaz daquilo. Obrigada por aparecer bem naquela hora. – O abracei mais forte. – Que bom que voltou, estava com saudade. – Falei tudo calmamente.
Encarei Pietro novamente, ele estava se acalmando, voltei a apoiar a cabeça no peitoral dele.
- Desculpa, eu não sabia que ele iria fazer isso. Acho que, por conhece-lo por muito tempo acabei, baixando a guarda e ele me agarrou quando estava desprevenida.... Eu, não consegui afasta-lo. – Disse, lembrando da cena.
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Entre o amor e o perigo
RomanceUm casamento arranjado entre uma moça brasileira e um nobre italiano. Por que? Por causa do sangue, ela é descendente de uma antiga família nobre também, que se refugiou no Brasil durante e depois da segunda guerra mundial. Eles cresceram sabendo de...