Antonella
Quando a dança acabou, os convidados aplaudiram. Ainda pensava no que Pietro tinha dito, não desistiria de me fazer apaixonar por ele. Bem, seria tudo mais fácil se isso acontecesse, afinal ele era meu marido... Queria poder me render ao meu velho habito de me isolar e poder pensar um pouco, mas agora não era tempo para isso.
O resto da festa ocorreu bem, muitas risadas e danças. Conheci algumas pessoas bem gentis, outras sinceras, além das desagradáveis, Pietro me insistiu em conhecer Henrique, o melhor amigo dele.
- Prazer em conhece-la, Senhora Brancaleone.- Ele se inclinou e beijou minha mãe.
- Só Antonella já está bom.- Sorri amarelo.- É um prazer conhece-lo também.
- Ah! Antonella, já deve conhecer Gustavo, também um bom amigo.- Pietro se aproximou com outro homem, o que veio buscar eu e meus pais no aeroporto.
- Ah! Claro, que bom encontra-lo novamente.- Sorri de forma simpática.
Mais outros sorrisos e apertos de mão amigáveis até a festa acabar, e bem a tempo, porque eu já estava exausta. Parei um tempo e refleti. Agora estou casada isso quer dizer... Olhei para Pietro, vou ter que dormir com ele? Quer dizer, na mesma cama? Mas não somos íntimos, vamos ter que...? Ficava vermelha só de imaginar, Pietro é um cavalheiro, ele não iria forçar nada, mas.... Teremos que criar uma intimidade mais cedo ou mais tarde, não é? Quanto mais cedo melhor, não é?
Pensava em tudo, olhei novamente para Pietro, não seria um incomodo tão grande dormir com ele, ele era bonito, divertido, calmo e tinha um sorriso lindo. Senti meu rosto ficar vermelho, acho que estou enchendo demais a minha cabeça, tenho que me acalmar.
Pietro
Estávamos nos despedindo dos convidados, percebi Antonella olhando para mim algumas vezes, a princípio não me incomodei, mas quando olhei para ela, estava completamente vermelha, será que estava se sentindo bem? Aproveitei que todos já tinham ido.
- Foi cansativo, não foi? E pensar que o nosso casamento foi de manhã e já são cinco da tarde.- Antonella não olhava para mim, e ainda vermelha respondeu.
- É, muitas pessoas...- Só disse isso.
- Hum, eu não sei você, mas eu estou cansado e dormir agora me parece uma boa ideia, não acha? – Antonella ficou mais vermelha.
- É...- Foi uma resposta demorada.
- Então vamos?
- Aonde? – Ela se sobressaltou arregalando os olhos.
- Para o quarto.- Peguei na mão dela e a puxei para casa.
Imagino que esteja tão cansada quanto eu, e amanhã temos uma viagem, sem falar que ela também se despede dos pais. Entramos na casa e subimos os degraus, fiquei em frente ao quarto.
- Entregue.- Disse soltando a mão dela.- Se precisar de algo estou no meu quarto.- Dei um sorriso.
Antonella pareceu, que ainda estava vermelha, me olhou com uma mistura de raiva e indignação.
- O que foi? – Perguntei confuso. Ela simplesmente se virou, entrou no quarto.
- Nada.- E bateu a porta. O que será que deu nela?
Sai dali, indo para meu quarto, quando entrei me veio uma sensação estranha, como se agora ele fosse vazio. Seria bom se Antonella estivesse ali, assim poderia ver aquele sorriso, bem agora poderia vê-lo quando quisesse. Sai do quarto e fui novamente para o quarto dela, bati na porta.
Foi então que me ocorreu, o que diria a ela? " Oi de novo, sabe sou um maníaco pelo seu sorriso e gostaria de vê-lo, agora! " Me soava esquisito. Foi quando ela abriu a porta, já não estava tão vermelha, ainda assim arregalou os olhos quando me viu. E ela riu, deu uma gargalhada tímida e quando parou se explicou.
- Parece que eu e você tivemos a mesma ideia, só que você foi mais rápido.
- A mesma ideia?
- É que eu também...estava...pensando...em ir no seu quanto.- Ela falou isso engasgando.
O que pude fazer? Eu ri também
- Bem eu só vim aqui pedir um sorriso.- Fiquei mais à vontade para pedir assim.
- Um sorriso?
- É que...- Me senti meio envergonhado para explicar, mas é estranho pedir essas coisas.- É que...bem, como você sabe eu...eu...me apaixonei por você pelo seu sorriso então...
Antonella olhou para baixo, me deu um sorriso sem graça, envergonhada, se encolheu e olhou para mim ainda com aquele sorriso.
- Você pode pedir mais que isso.
Antonella
Estava sendo puxado por Pietro, segundo ele, iriamos para o quarto, acho que não estava preparada para isso, iriamos ficar sozinhos em um quarto? Nunca tinha estado tão próxima de ninguém a ponto de dormir na mesma cama que ela, e iria fazer isso agora? Ainda por cima com um homem que era por acaso o meu marido. Não tinha como ficar mais vermelha do que já estava.
Entramos na casa e subimos os degraus, ficamos de frente para o...meu quarto?
- Entregue.- Disse Pietro soltando a minha mão.- Se precisar de algo estou no meu quarto.- Deu um sorriso agradável.
Não acredito, como pude ser tão estúpida? É claro que nada ia acontecer, e eu? Como pude imaginar bobagens tamanhas? Me senti envergonhada e estrei no quarto
- O que foi? –Pietro me pareceu confuso, é claro, inocente de tudo o que eu tinha imaginado.
- Nada.- Bati a porta, era melhor assim, antes que eu pudesse imaginar mais coisas.
Sentei na cama por alguns segundos, corri para a porta e a abri, consegui ver Pietro entrando no quanto dele no fim do corredor, senti um aperto no coração. Não pode ser, estava decepcionada, eu queria ficar com ele, queria que ele estivesse aqui. Entrei no quarto novamente, pressionei meus lábios, realmente, os beijos de Pietro eram diferentes de tudo, e eu queria senti-los novamente.
Eu tinha que vê-lo, olhei para a porta tomando coragem em ir e ficar com ele, mas o que iria dizer? Quando a porta bate, ao abrir me surpreendo, era ele, e eu não aguente e ri, depois tive que me explicar.
- Parece que eu e você tivemos a mesma ideia, só que você foi mais rápido.
- A mesma ideia?
- É que eu também...estava...pensando...em ir no seu quanto.- Falo pausadamente, quase gaguejando. E ele também riu
- Bem eu só vim aqui pedir um sorriso.
- Um sorriso?
- É que...-Ele me pareceu envergonhado.- É que...bem, como você sabe eu...eu...me apaixonei por você pelo seu sorriso então...
Ele, estava tão vermelho quanto eu, só queria um sorriso meu, me senti feliz ao ouvir, mas era isso? Só um sorriso
- Você pode pedir mais que isso.- Disse por fim, sem graça e completamente vermelha.
Pietro se aproximou, tanto que pude sentir a sua respiração, lentamente nos aproximamos e nos beijamos, um beijo doce e calmo, o suficiente para satisfazer a minha vontade.
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Entre o amor e o perigo
RomanceUm casamento arranjado entre uma moça brasileira e um nobre italiano. Por que? Por causa do sangue, ela é descendente de uma antiga família nobre também, que se refugiou no Brasil durante e depois da segunda guerra mundial. Eles cresceram sabendo de...