cap.10

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Estou a meio do treino, quando sou chamada à entrada do centro. Ao que parece está lá alguém que pediu que me chamassem. Chegando lá vejo a minha mãe a conversar com o segurança de serviço.

Eu: Posso saber o que é que fazes tão longe de Braga.

Mãe: Até parece que não estás feliz por me ver.

Eu: Não é nada disso. Tiago pode deixar entrar ela está comigo.

O homem fardado com um smoking preto permite a entrada da minha mãe no centro de treinos e nós as duas começamos a caminhar para o interior do mesmo.

Eu: Já posso saber o que fazes aqui?

Mãe: Vim fazer-te uma visita, aproveitei que o teu pai foi numa viagem da empresa e vim ver como é que a minha filha está.

Eu: E tinhas que vir logo agora que eu estou a trabalhar.

Mãe: Continuas muito séria em relação ao trabalho Benny.

Eu: É este trabalho que me dá dinheiro para pagar as minhas contas. Por isso tenho que lhe dar importância. Agora vais esperar aqui, que eu tenho que voltar ao trabalho.

Mãe: Ainda vai demorar?

Eu: Não, estamos quase na hora do almoço. Por favor não saias daqui.

Volto a entrar no relvado e volto a dar atenção aos jogadores à minha frente.

Rui B.: Passou-se alguma coisa Benny?

Eu: Não Rui, foi a minha mãe que decidiu aparecer aqui de surpresa.

Rui B.: Mas isso devia de ser bom, não percebo o porquê de estares com essa cara.

Eu: Eu não gosto que ela apareça sem avisar no meu local de trabalho enquanto eu estou em serviço.

Rui B.: Compreendo, mas deixa de estar assim com essa cara e volta a sorrir.

Eu: Obrigada.

Ele afastasse e continua o seu trabalho assim como eu continuo a fazer o meu. No final do treino saio do exterior juntamente com os rapazes. Chegando ao interior do espaço procuro a minha mãe com o olhar e não a encontro. Óbvio que ela não ia ficar quieta num sítio que desconhece.

Eu: Gonçalo, sabes daquela senhora que eu deixei aqui?

Gonçalo: Ela perguntou-me à pouco aonde era a casa de banho e eu indiquei-lhe o caminho.

Eu: Esta bem, obrigada.

Vou para o "meu" balneário e encontro a minha mãe a sair da casa de banho dentro do local aonde eu me troco.

Eu: Não podias ter ficado quieta não era Dona Vitória?

Mãe: Não tenho culpa que precisasse de retirar líquidos de dentro do meu corpo.

Eu: O teu corpo e a tua mania de não estar quieta também ajudou.

Mãe: Vais demorar, estou a morrer de fome.

Eu: Estou pronta mãe, podemos ir.

Saímos do balneário, fazemos o nosso caminho até à saída. Ao passarmos pelo balneário dos rapazes o Sá esta a sair e como não podia deixar de ser a minha mãe tinha que ficar à conversa com ele.

: Tia Vicky! Não me diga que se ia embora sem me dizer olá.

Mãe: Claro que não Zézinho. Tens que ir lá a casa um dia destes.

A Razao De Tudo {André Silva}Onde histórias criam vida. Descubra agora