" Eu disse-te que ias a ter graves problemas "

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A noite mais esperada, a noite em que ia  sair com o  Sebastian, não sei se devia ter medo ou se devia estar feliz. Ia mentir se dissesse que não estava super nervosa. Por mais reconfortante que isso fosse, eu não conseguia evitar sentir-me um bocadinho nervosa. Já me tinha vestido , vesti um vestido vermelho e um casaco de cavedal preto com as minhas all star brancas, agora era só esperar por o Sebastian. Ouvi uma apitadela , era ele. 

" Tens um riso fofo "  Ele sorriu e eu senti as minhas bochechas a corarem.Finalmente senti-me aliviada quando as palavras dele assentaram na minha mente, mas mesmo assim não era o suficiente para me manter 100% salva. Lambi os meus lábios e respirei fundo para me tentar livrar dos nervos.

" Obrigada? As vezes pareço um porco a rir " Encolhi os ombros. 

Desta vez ele partiu-se a rir, e agarrou o volante com força, com cuidado para não perder o controlo do carro e chegamos num instante ao café. O café tinha um ar esquisito, enquanto entravamos no bar ele disse-me “És a primeira rapariga que eu já levei comigo a ter um sentido de humor tão bom,” O meu corpo ficou tenso assim que me apercebi do que ele tinha dito. 

“Tens um sorriso bonito,” As palavras escaparam da minha boca. A vergonha tomou conta de mim assim que me apercebi do que tinha dito.

“Obrigado,” Ele sorriu para mim, e mostrou os dentes de propósito. “Tu também tens um sorriso bonito,” E sorriu novamente.

Apoiei com o meu braço a minha cabeça no balcão a olhar para ele a sorrir enquanto que ele pedia duas cervejas, enquanto bebiamos e falavamos apareceram dois homens fortes que não tinham uma boa cara e vinham em direção a nós , naquele momento fiquei com medo. 

" Oh puto, o dinheiro ? " Diziam eles enquanto pegavam na camisola do Sebastian.

" Não consegui arranjar todo a tempo " Respondia-lhes a gaguejar. 

" Eu disse-te que ias a ter graves problemas " Os homens começaram a bater ao Sebastian. Demorei um pouco a juntar as peças todas do que tinha acabado de acontecer. O choque passou-me pelas veias no segundo em que vi o sangue a escorrer pela boca e do nariz do Sebastian que instantaneamente caiu no chão, o corpo dele. Senti um enorme horror dentro de mim, mordi o lábio e as minhas mãos foram parar à minha boca, para evitar um grito.Não conseguia respirar, não conseguia andar e as lágrimas escorriam pelos meus olhos. Os meus joelhos tremiam como gelatina e os meus pés perderam a força. Com tudo não consegui conter quanto ao grito. Gritei pelo nome dele e fui ter com ele, no entanto quando eu ia em direção ao Sebastian os homens decidiram desaparecer. O medo tomou logo conta de mim.

" Chamei uma ambulância ! " Dizia eu aflita para o senhor que estava no balcão. A minha garganta ficou seca. A ambulância chegou e consoante estava na maca a mão do Sebastian começou a apertar a minha. 

(...)

Era de manhã. Fiquei a noite todo no hospital com o Sebastian, ainda estava aterrorizada com aquilo que aconteceu. Isto tudo aconteceu tao rápido que eu nem tive tempo de processar tudo na minha cabeça até ele me pôr no lugar do pendura, do que parecia o carro dele. Se eu estava assustada antes, agora estava completamente aterrorizada.Sem saber o que fazer, eu apenas fiquei ali sentada, sem me mexer enquanto os meus olhos procuravam alguma coisa , decidi ir para ao pé do Sebastian , estava eu a olhar para ele e começou a abrir os olhos lentamente, naquele momento fiquei aliviada. 

" Isabelle ? " Disse ele com a voz meia rouca e cheio de dores.

" Estou aqui , Sebastian " Respondi-lhe com uma voz doce.

" Tens de sair desta cidade "

" O que ? " Não estava a perceber bem o que ele me estava a querer dizer.

" Os tipos que me bateram ontem são muito perigosos e eles memorizaram a tua cara , e eles odeiam-me , a mim e as pessoas que me rodeiam e tu ainda por cima ajudaste-me e não quero que te aconteça nada de mal "

" Sebastian, nem penses. E já agora porque é que não me contas-te nada que eras o chefe de um gangster e andavas nestes problemas "

" Está calada, ok? " Ele virou-se para mim, a voz dele estava cheia de amargura. Achas mesmo que me ias compreender e se calhar ias deixar de falar comigo. 

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