Crazy

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(Jin)

Se fazem alguns dias desde da ida a praia com o pessoal e desde então me sinto estranho. Completamente estranho. Sobre minhas alucinações, elas apenas ficaram mais intensas por alguma razão desconhecida por mim. Eu já estou começando a ficar assustado e cada fez mais ficando com paranóia de meus amigos me esquecerem. Isso é loucura!

Era manhã, eu estava acordado desde as 4:00 horas da manhã, pois acabei tendo um pesadelo terrível. Estava com uma foto em mãos, a que eu tinha tirado do pessoal no dia da praia, todos em frente a caminhote. Mas, ao invés de ter todos eles lá... Não havia ninguém, apenas eu mesmo sendo o fotógrafo, estava apenas minha sombra. Estava sozinho. Isso acabou virando meu maior medo.

Outra coisa que acabei percebendo, é que comecei a falar sozinho e isso assustava a mim mesmo, era como se eu realmente estive maluco! Dizendo em sussurros "não estou sozinho! Eles estão comigo! Sempre estão!".

Depois de finalmente sair da cama fui até o banheiro lavar meu rosto, fiquei em frente ao espelho e tirei a camisa suada por conta do pesadelo que me fez acordar em um pulo. Fiquei me olhando por um momento com a respiração um tanto pesado e acelerada.

-O que está havendo comigo...? - Engoli seco, estava com medo de mim mesmo. - Preciso me acalmar...! Eu não era assim!

Baguncei meus cabelos como se eu quisesse tirar tudo aquilo da minha cabeça. Me olhei novamente e suspirei, abri a torneira me curvando a ela logo jogando água no rosto.

-Sozinho! - A voz aparecia do nada novamente, me assustei e levantei o rosto molhado novamente olhando em volta. Engoli seco.

-Porcaria...! Saí da minha cabeça! - Eu rangia os dentes fechando a torneira e enxugando meu rosto em seguida.

-Sozinho! Eles me largaram! Hahaha!

-SAIA! -Dei vários tapas em minha cabeça. - Para! Por favor! Eu não sou louco!

E a voz continuou e cada mais meu coração acelerava de tanto medo, um frio na barriga e desespero, uma sensação horrível. Comecei a me encolher no canto do banheiro, comecei a tremer e a chorar repetindo as mesmas coisas que a voz dizia.

-Pa-pare por favor...! Não sou solitário! - Me sentei no canto encolhendo olhando para o teto. - Eu não sou louco..!

E continou, aquilo não parecia ter fim! Meus choros se tornaram mais altos e levei minhas mãos aos cabelos os agarrando querendo que aquilo parasse! Por favor! Eu não quero ser um louco! Eu não sou!

De repente, tudo para.

Ainda tremendo e chorando, tirei minhas mãos dos cabelos e abri meus olhos olhando em volta, em seguida suspirei trêmulo e assustado. Rapidamente me levantei e sai do banheiro indo para o quarto. Desesperado troquei de roupa, eu não queria ficar mais no silêncio da minha casa, eu precisava de barulhos para me distrais caso essa voz aparecesse novamente. Desci para a cozinha, fui até o balcão pegar um pão para fazer na torradeira e de repente parei e fixei meu olhar para o suporte de facas...Por que?

-Sozinho... - Sussurrei baixo. - Sem valor...?

Eu não parecia consciente, mas logo voltei ao normal ao piscar meus olhos diversas vezes. Olhei o pão e larguei saindo de casa o mais depressa possível.

No meio da caminhada, acabei me pegando pensando em s/n...claro, quando não penso nela? Mas era preocupante, pois do jeito que estou não sei se tenho capacidade de disfarçar. Não quero que ela me largue achando que eu sou um...esquizofrênico. No dia em que isso começou, foi exatamente no dia em que fomos na piscina vazia, quando eu estava a filmar uma bela borboleta amarela que pousava em vários flores, quando do nada acabei escutando algo, uma voz, achei que era um dos meninos, pois era masculina, mas ao olhar ao redor...eu estava sozinho lá.

House of Cards - Efeito Borboleta, temporada 1Onde histórias criam vida. Descubra agora