Epílogo - Souvenir

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Hoje eu sonhei que meu corpo estava em chamas.

Mas continuo aqui, no quarto esfumaçado pelo meu cigarro no hotel Trípoli.

A ideia não sai da minha cabeça. Athos Magno é inocente. Mas amanhã irei embora, vou voltar para Brasília. Um emprego e uma família me esperam lá. Talvez eu deixe de ser escritora, talvez eu retome como um hobby. Não sei. Toda essa história me encheu de torpor, mas agora eu estou sóbria. Mais sóbria do que nunca. A vida real me chama, e esse sonho fica cada vez mas distante, perdido como qualquer peça que a mente apresenta, e quando as cortinas do subconsciente se fecham e os olhos abrem, já a esquecemos. Eu acordei, hora de voltar pra casa.

Já tenho meu caminho, já sei a rota que irei percorrer.

Acordei no dia seguinte como quem se vê livre de um fardo. Como alguém que retorna de férias intensas e precisa de férias daquelas férias.

Arrumo minhas malas, faço o checkout no hotel e me despeço de Andronópolis sem saudade. Durante o caminho, vou pensando em tudo o que devo fazer para retornar à minha nova-velha vida.

Nada me incomoda, nada deixo para trás, nem mesmo a caixa que recolhi no bar, que continha dentro um souvenir: uma velha arma futurística que prometia colocar fogo de imediato em qualquer que fosse o alvo.

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