Capítulo 27

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Draco foi embora rapidamente sem dizer nada para mim e sem olhar em meus olhos.

O que eu poderia dizer? Ele não estava errado. Mas por que me sentia triste com isso? Não estava assim pelo fato de ele não trair a noiva -- pelo contrário, ele estava certíssimo --, mas estava assim pelo fato dele ter me rejeitado.

Eu nunca achei que doeria tanto.

Eu não sabia definir o que se passava comigo e com meus sentimentos. Ou talvez eu soubesse, mas não conseguia admitir nem em pensamentos, quanto mais admitir abertamente para quem quer que seja.

Mas de uma coisa eu sei. Eu queria ser feliz e queria lutar de verdade para que isso aconteça.

xxx

Acordei subitamente, desperta do meu pesadelo de todos os dias. Tomei banho e lavei o cabelo. Era mais relaxante e refrescante assim. Apesar de ter chovido, essa cidade era muito quente. E de acordo com a nossa programação iríamos dar uma volta nela a fim de explorarmos alguns lugares que detém de alguma forma contribuições para que pudéssemos fazer o antídoto.

Após o longo banho e o resto do processo de higiene matinal tentei secar meu cabelo com a toalha e passei creme pra tentar domá-lo. Passei um batom marrom, quase da cor de minha boca e me olhei no pequeno espelho do banheiro.

Estava nervosa, pois não sabia como deveria me portar com Draco. Eu deveria fingir que nada aconteceu? Deveria pedir desculpas por quase forçá-lo a trair sua noiva, mesmo sem intenção (já que eu não lembrava)? Deveria chamá-lo para conversar? Deveria....

Uma batida na porta tirou-me de meus devaneios. Nervosa fui eu abri-la.

Olhei para seu rosto sereno, como um anjo e apenas murmurei:

"Oi..."

"Oi, pequena" ele disse com um meio sorriso.

Não sabia o que isso queria dizer. Ele ainda me perdoou? Ele estava chateado? Estava tudo bem? Estávamos bem? Vamos fingir que nada aconteceu? Vamos conversar sobre isso? Vamos precisar conversar com a noiva dele pra avisar que quase nos beijamos, mas não nos beijamos porque ele era fiel? Vamos falar sobre eu tentar beijar um homem noivo? Vamos...

"Já comeu? Estou morrendo de fome. Podíamos ir em uma lanchonete aqui perto, tomar café da manhã e de lá irmos aos nossos destinos, o que acha?" Ele disse passando por mim e sentando-se confortavelmente no sofá, como quem não quer nada e sem nem pedir licença. Típico.

Ainda estava à porta sem me mexer e o olhei com as sobrancelhas franzidas.

"O que foi?" Ele perguntou com uma das sobrancelhas erguida.

Levantei uma das sobrancelhas também e disse "nada" enquanto fechava a porta e me sentava ao seu lado.

Depois de trinta segundos ele me olhou com uma interrogação no rosto e perguntou:

"Então...?"

"Não vamos falar sobre... Aquilo?" Perguntei olhando-o nos olhos com toda a coragem que havia em mim. A vergonha me tomou e fez com que eu mexesse nervosamente em minhas mãos e me fizesse corar involuntariamente.

"Hermione, respire." Ele falou com cuidado.

Fiz o que ele pediu.

"Agora vamos falar sobre o que realmente importa"

Preparei-me mentalmente para o que ele iria falar, então ele continuou:

"Nosso café da manhã."

Quê? Isso que importava? Então "aquilo" não teve importância? Não aparentava ser a mulher madura e inteligente que era quando era em relação a ele.

VOCÊ ME AMA - DRAMIONEOnde histórias criam vida. Descubra agora