Capítulo 12

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Os dias foram se passando e não recebi nenhuma resposta deles. Fiquei triste é claro, mas me preocupei em ocupar a minha mente com outras coisas, principalmente com o estudo.

O pesadelo com meus pais me torturando se repetia todos os dias. Já tinha tentado tomar poções para isso, mas não adiantava, então tentava não me abalar tanto depois que acordava.

Hoje fazia um mês que me mudei para os Estados Unidos e eu amava o lugar, apesar de raramente sair. O curso estava tomando muito do meu tempo, era revigorante, mas ao mesmo tempo cansativo. Extremamente cansativo, nem se comparava a quantidade de estudo de Hogwarts.

Por isso quase nunca saía de casa, só saía para Universidade, mercado e casa do Malfoy.

Nós realmente nos tornamos amigos, sempre quando via algo já pensava "preciso mostrar isso para o Malfoy", e ele era do mesmo jeito.

Acho que nós dois somos almas tristes que encontraram consolo uma na outra. Quando estávamos juntos todos os problemas pareciam desaparecer, só pensáamos em conversar e nos divertir.

O Malfoy, totalmente diferente de mim, já tinha criado certa popularidade aqui. Ele conversava com todos e cativava à todos. As mulheres então, faltavam beijar o chão que ele pisava. Os homens queriam sempre estar perto dele, uns para bajulá-lo e outros porque simplesmente gostavam da amizade dele. Apesar de tudo, ele era realmente muito legal.

Porém, eu era mais retraída. Não ficava tão a vontade com pessoas que não tinha familiaridade, portanto não conversava com praticamente ninguém da Universidade. Apenas o Malfoy e o Aiden falavam comigo diariamente. Havia uma mulher pouco mais velha que eu que sempre me procurava na hora das atividades, sendo que eu nunca tinha falado com ela, entretanto eu a ajudava sempre, quase nunca conseguia negar ajuda.

As vezes me perguntava o porquê de ele preferir a minha companhia ao invés da de outra pessoa qualquer. Ele disse que é porque gostava de conversar com pessoas irritantes, e ninguém melhor que eu para desempenhar esse papel. Idiota.

Os alunos da turma combinaram de fazerem pelo menos um encontro ao mês, para descontrair um pouco e aliviar o cansaço que os estudos estavam proporcionando. Eu não quis ir, mas o Malfoy me convenceu para que eu pudesse me enturmar mais com os meus colegas de classe.

Combinamos então de fazermos um encontro em um restaurante bastante procurado da cidade, onde a comida era boa e barata. Melhor combinação possível.

Hoje foi o dia escolhido, sexta-feira, dia 06 de setembro de 2000. Estava na sala de estar esperando o Malfoy vir me buscar com seu carro.

A roupa que escolhi foi uma calça de couro preta um pouco colada, acentuando minhas curvas; uma blusa branca folgada de pano um pouco transparente; um casaco vermelho por cima e um scarpin vermelho.

Ouvi um barulho de carro sendo estacionado na frente da minha casa, peguei minha bolsa e fui abrir a porta. Ao abrir dei de cara com um Malfoy escorado no batente da porta e de braços cruzados. Ele me olhou dos pés à cabeça um pouco surpreso e abriu um sorriso ao me ver observando-o. Sorri sem graça, então ele finalmente abriu a boca e falou ainda sorrindo:

"Granger, Granger. Você tem que parar com isso."

"Parar com o quê, Malfoy?" perguntei confusa.

"Nada. Você está..." pigarreou e continuou. "Muito bem. Você está muito bem, sabia?" ele falou meio tenso e com um sorriso amarelo.

"Obrigada. Você também não está nada mal" disse sorrindo sem graça. Não sabia porque estava tão envergonhada com ele. Ele continuou sorrindo para mim.

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