Capítulo 33

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Fiquei por um tempo depois de Aiden ter ido embora, no mesmo banco no hospital onde tomamos o chá, e fiquei a observar de longe a noiva de Draco.

Margareth Singer.

Sua tristeza e aflição pela condição dele era perceptível a qualquer um que a observasse.

Imagens de Draco feliz ao seu lado rapidamente inundaram a minha mente, fantasiando até seu casamento. Uma dor instaurou-se em meu peito que pensei que ele poderia explodir, porém apenas uma lágrima teimosa insistiu em cair.

Assim, fui para casa. Tentei descansar, pelo menos a mente, mas eu não consegui dormir momento algum depois de tudo o que aconteceu.

Mesmo cansada, meus olhos não conseguiram fechar-se por mais de um minuto.

Minha mente repassava repetidas vezes a imagem de Draco no chão, convulsionando, e eu estática, sem conseguir fazer nada, em choque por vê-lo assim.

Rapidamente a vontade de vê-lo aumentava, o que me fazia relembrar que o horário de visitas era apenas às 10h00 da manhã e às 16h00. O que também me fazia lembrar que com toda a certeza a Singer estaria lá e provavelmente não trocaria a oportunidade de estar ao seu lado para ceder a uma mulher quase desconhecida.

Mesmo assim, eu tentaria. Apenas a possibilidade de nunca mais o ver, corroía minha mente, alma e coração. Eu precisava ao menos tentar conversar com ela. Conversar com a noiva do homem que eu amava.

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Eram exatamente 09h15 da manhã e já estava me encaminhando ao hospital da universidade. Escolhi ir a pé para me preparar psicologicamente para a conversa com a Singer. Em quinze longos minutos depois, cheguei ao hospital. Ao entrar na ala em que Draco estava sendo mantido, não demorei a identificar os longos cabelos negros na mulher sentada com os olhos vidrados no relógio, certamente esperando atentamente a hora em que poderia ver de perto o seu noivo.

Respirei fundo mais dez vezes antes de tomar coragem e me dirigir a ela.

Parei à sua frente, desviando sua atenção do relógio.

"Com licença, senhorita Singer. Posso me sentar ao seu lado?" perguntei receosa ao tê-la olhando fixamente para mim com seus brilhantes olhos azuis.

"Granger! Pode sentar-se." Ela disse cautelosamente.

"Obrigada." Eu disse me sentando ao seu lado.

Eu estava perceptivelmente nervosa. Ela me olhou perguntando com os olhos o que exatamente eu queria com ela.

Respirei fundo e finalmente consegui dizer de forma delicada:

"Primeiramente, eu sinto muito pelo Draco. Eu sei que você é a noiva dele e a respeito muito por isso. Sou Hermione Granger, como já sabe, o que talvez não saiba é que Draco e eu possuímos uma história... Uma história de... Amizade. Por esse motivo, mesmo sabendo que você tem todo o motivo para rejeitar esse meu pedido, eu gostaria de visitá-lo. Não apenas hoje, mas todos os dias até ele acordar. Ele significa muito para mim. E eu realmente gostaria de estar ao lado dele nesse momento."

Ao terminar de falar, seus olhos encheram-se de lágrimas e ela fez algo que eu não imaginaria.

Ela me abraçou.

Envolveu seus braços ao meu redor em meio ao choro, e antes que eu percebesse, meu rosto também estava molhado por minhas lágrimas. Por incrível que pareça, nosso abraço não foi desconfortável. Duas mulheres que amavam o mesmo homem estavam unidas pela angústia de não poder fazer nada por ele.

"É você! Desculpa!" ela murmurou ao afastar-se de mim. Não entendi o que ela quis dizer com sua primeira frase, mas esperei em silêncio sem indaga-la.

"Eu não sabia que você era... Tão próxima do Draco. Eu não vou negar que gostaria de ficar todo esse tempo com ele. Ele é tudo que eu tenho! Sem ele, eu... Não sei o que fazer! Mas podemos encontrar uma forma de vê-lo, as duas, já que ele também não possui mais ninguém em sua vida. Isso é o mínimo que ele merece."

"Muito obrigada, de verdade. Você não sabe o quanto isso significa para mim." A respondi com toda a sinceridade. Apertava ainda mais o meu coração ao perceber que ela era uma pessoa ainda melhor do que aparentava.

"O que acha de uma das duas vir pela manhã e a outra pela tarde?" ela perguntou calma.

"Seria ótimo, assim poderíamos passar mais tempo com ele." A respondi.

"Exatamente. Sei que você deve esperar vê-lo logo, mas posso ficar com o turno da manhã? Eu não o vejo desde ontem, e o médico disse que uma mulher acompanhou Draco até pouco antes de eu chegar, o que me indica que foi você. Então, tudo bem por você?" ela pergunta, deixando claro que não me obrigaria a nada, mas que realmente queria vê-lo depressa. E eu a compreendi, ela estava certa. Antes que eu a respondesse, uma curandeira apareceu dizendo que o horário de visitas estava aberto. Singer olhou para mim em busca de confirmação e assenti. Antes que eu dissesse qualquer coisa ela se levantou e foi em direção a sala em que Draco estava sendo mantido.

Algumas horas. Em apenas algumas horas o veria novamente. 

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