Consequências de uma aposta.

Capítulo 41

- E então doutora? -- Levantamos todos juntos.

- Por incrível que pareça estão todos bem, ela teve um indício de aborto, os bebês poderiam ter morrido, 1 minuto a mais lá e eles não teriam sobrevivido, contudo só teve um pequeno probleminha, ela bateu a cabeça muito forte que resultou em sequelas, é bem provável que quando ela acorde não se lembre de nada do que viveu na sua vida, será um branco total. -- Diz a Dra. Brooke

Abro a boca, chocado com que acabo de ouvir. Ela não irá se lembrar de mim, nem dos nossos filhos, dos nossos momentos juntos, não irá se lembrar que me ama como eu a amo.

- Como pode Doutora? -- Billy pergunta com lágrimas nos olhos.

Imagina acordar depois de meses em coma e receber essa notícia trágica a respeito de sua irmã, uma irmã na qual é muito chegado, desse ser uma sensação horrível.

- Pelos resultados podemos constatar que ela sofreu de abuso sexual violento, além dos ematomas espalhados pelo seu corpo, provavelmente pelo modo brusco no qual ele a segurava. Creio que a perda de memória não seria de tão ruim assim, os problemas psicológicos que ela enfrentaria seriam piores. -- Completou a Doutora.

Sr. Clarck, que estava abraçado a sua esposa, suspirou pesadamente, de todos ali presente ele era o que estava em pior estado emocional, vejo que a ligação dos dois era bem mais forte do que eu pensava.

- Como já estão a par de tudo, vou me retirar... -- Ajeita seu palito. - Ela já pode receber visitas, mas um de cada vez por favor, caso ela acorde aperte o botão vermelho ao lado da cama, que virei o mais rápido possível. -- Deu um sorriso sereno e dócil.

- Obrigada doutora, muito obrigada mesmo. -- Agradeço.

- Pode ir primeiro Deniel, sei que para você foi mais difícil, ainda mais ter a visto naquele estado deplorável. -- Luiza se solta dos braços do marido.

Assinto indo até o quarto em que a Elena está internada.

Admito estou tenso, e com muito medo.

Entro devagar.

Inspeciono o lugar até meus olhos caírem sobre ela, seu rosto pálido, visíveis ematomas, está mais magra que o normal.

Nossos bebês haviam nascido, e eu não pude estar lá com ela, para vê-los nascer e segurar sua mão dizendo para ficar calma que logo teríamos nossos bebês aqui, para mima-los muito. Ele tirou isso de mim, tirou isso de Elena.

Não me permito chorar.

Um pouco tímido aproximo-me sentando ao seu lado e segurando uma de suas mãos.

- Meu amor, você me tirou do abismo, me ensinou a viver novamente, trouxe alegria ao meu mundo de solidão, trouxe a luz na minha escuridão. Se não fosse por você hoje continuaria sendo aquele muleque que implicava e tratava mal os outros para aliviar sua própria dor. Se durante esses meses ainda tive dúvidas se realmente te amo, agora tenho absoluta certeza quando te vi naquela situação, meu mundo desabou, o medo de te perder tomou conta de mim, só de imaginar minha vida sem você, a minha existência parecia completamente desnecessária, pois eu vivo por você, eu respiro por nós. -- Beijo sua mão, para logo em seguida acariciar com o dedão. - Ainda que não vá se lembrar de mim, saiba que sempre estará no meu coração, e farei de tudo para reconquista-la, farei com que se apaixone por mim novamente, ou eu não me chamo Deniel Stven Lopez Traynor.

                       ***

Fiquei mais um tempo ali no quarto apenas a observando, ficaria ali por horas. Mas sai antes, estava muito ansioso para finalmente conhecer os frutos do meu amor com Elena. Meus filhos.

Caminhei até onde fica os bebês que estão na incubadora neonatal e os olhei através do vidro que tinha ali.

Havia apenas os dois lá, pois foram os únicos que nasceram prematuros hoje.
Queria poder pega-los em meus braços, sentir o calor do corpinho deles. Mas terei que esperar.

Perco-me completamente naqueles serzinhos, estou igual um bobo apaixonado.

- Cuidarei de vocês meus amores, papai ama muito e amarei para todo o sempre. -- Sussuro para mim mesmo.