Capítulo 4

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Alexandra

Não foi uma tarefa fácil aguentar horas de viagem para voltar ao Brasil, com Vine e Miranda ― uma amiga nossa que morava com a Samira ― e além de tudo manter meus pensamentos longe do Cris que não tirou os olhos de cima de mim o voo inteiro.

Enfim estou em casa e posso respirar novamente. Minha vontade é tomar um drink e relaxar no sofá, mas preciso de um banho e minha cama está convidativa demais, após uma noite mal dormida e um longo voo tenso, tentando disfarçar meus sentimentos confusos de meus amigos observadores.

Entro no box e deixo a agua quente relaxar meus músculos doloridos, penso no que Cris fez comigo... a cena imaginária de voyers ― gemo ― Agora, depois de tudo, posso pensar com calma e porra! Aquilo me excitou muito, imaginar pessoas se excitando com o nosso momento, desperta meu desejo de querer mais ― balanço a cabeça, preciso esquecer tudo isso ― saio do box e me enrolo num roupão, paro em frente ao espelho e me encaro assustada.

Ale, você não é assim. ― respiro profundamente tentando buscar dentro de mim, a pessoa que sempre fui.

Não sou o tipo de mulher que se deixa levar por luxuria, tenho 26 anos, sempre desejei uma vida calma, pacata, tranquila, cresci com minha avó contando as loucuras insanas de minha mãe e pedindo para não a decepciona-la também.

Não posso! ― revejo a minha história, e como tudo teria sido diferente se Rose tivesse ficado comigo. Essa bagagem não é minha, mas insisto em carrega-la! Não quero ser como ela! Quero me apaixonar, quero um se.xo "normal", ter filhos futuramente, cuidar, protege-los, e trabalhar! Será que isso é pedir muito?

Sou interrompida pelo toque do telefone. Saio do banheiro para atender e abro um sorriso ao ouvir a voz de Antony, do outro lado da linha.

― Oi meu amor, como foi de viagem? ― Pergunta com a voz mais despreocupada do mundo, mas só que não, o conheço bem.

― A viagem, foi... legal. ― O que eu poderia responder? Que o cara que conheci há três meses e tumultua minha vida de uma forma louca, me fez go.zar como nunca só com toques e estímulos mentais? Certamente ele surtaria.

Antony é dono do maior clube privado do Brasil, um clube que Cristiano adoraria ser sócio, feito pra todo tipo de gostos sex.uais e um prato cheio para quem curte esse tipo de vida. Foi lá que ele conheceu Rose, ela trabalhava como recepcionista, e sua beleza era de tirar o folego, embora fosse uma mulher adulta e não uma moça novinha.

Antony sempre administrou seus negócios com mão de ferro, nunca havia se envolvido com funcionaria alguma, não usufruía do que o próprio negocio oferecia, o que me faz admira-lo ainda mais.

Ele se apaixonou por ela, e cuida dela e cuida de mim como um pai, e sou muito grata por isso.

Nunca me escondeu nada, quando fiz dezoito anos, ele me levou ao clube, lá contou o que funcionava em cada andar e sua peculiaridade, bem como as regras e de como cada sócio era tratado como único com a máxima descrição, marca registrada do lugar.

Lembro na época, o quanto fiquei chocada com o mundo que até então era desconhecido pra mim, e a quantidade de pessoas que curtem essas coisas.

Antony é um pai. E como pai, é preocupado e procura sempre o meu bem estar acima do dele.

― Legal? Que animação é essa? Ou a falta dela? ― seu tom de voz já demonstra desconfiança, é sempre assim, nossa amizade nos ligou de forma a sentir o que o outro sente.

Regras do Desejo - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora