Capítulo 2

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Alexandra

Reencontrar minha amiga depois de uma semana longe, e ver a felicidade brilhando em seus olhos, me faz ter a certeza de quero sim um dia, encontrar o amor, isso fortalece ainda mais a minha decisão em não aceitar a vida pervertida que Cristiano Nogueira me oferece.

Ainda que o deseje tanto, o modo como ele encara relacionamentos, me deixa deprimida.

Fico feliz ao lembrar que essa viagem é curta, apenas dois dias e uma longa noite e volto para a segurança do meu lar.

Sorrio ao lembrar de casa, o cantinho que montei com meu trabalho, apesar dos protestos de Antony, meu padrasto rico e preocupado, eu consegui fazer da minha casa, o meu lugar no mundo e tenho muito orgulho dessa conquista solo.

Antony é o homem que verdadeiramente amou a minha mãe, ele viu nela o que nem ela mesma tenha visto em toda sua vida, talvez nem ela e nem ninguém, já que saiu de casa logo após meu nascimento me deixando aos cuidados de minha avó que, ao contrario de minha mãe,  engravidou tardiamente. 

Aos dezessete anos, Rose minha mãe, a decepcionou engravidando de mim, mas não fui o suficiente pra fazê-la ficar.

A vida de minha mãe, foi regada a festas, viagens e homens, até Antony aparecer, aí ela se apaixonou de verdade e quando aos treze anos passei a viver com eles, era tarde demais, o estrago entre nós duas já havia se instalado, me deixando amarga em relação a nós e ela nunca entendeu por que não consigo ser a filha que ela tanto espera. Uma ironia visto que ela não foi exemplo de filha e muito menos mãe, já as coisas com meu padrasto foram fáceis desde o principio, ele me acolheu como filha e o considero meu porto seguro. Eu o amo de verdade, o vejo como meu pai e nada é segredo entre a gente.

Acredito ter sido pra ele, um frescor em sua vida, pois também não teve filhos e penso que ao ter chegado adolescente e um pouco revoltada o conquistou, sua paciência e carinho comigo junto com seu amor pela minha mãe, mostra nesse momento ao ver o amor de Hugo e Samira sendo sacramentado, dentro do meu coração, que o amor é possível.

Volto a encarar Samira, linda em seu vestido de noiva, na luz do fim da tarde espanhola, sorrindo e brincalhona, e ver a felicidade brilhando à minha frente, aquece meu coração.

Olho em torno e vejo Hugo a encarando apaixonado, suspiro e dou um gole no meu champanhe.

― Você realmente acredita nessa baboseira de amor, não é? ― Cris fala próximo ao meu ouvido, meu corpo reage na hora, mas como não reagir a um homem como Cristiano? O encaro de cima a baixo, e admiro a forma como o terno cinza esportivo, com uma camisa rosa claro abraça seus músculos, moldurando seu corpo perfeito feito para o pecado.

― Sim, Eu acredito. E você deveria também.

― Não. O amor não é pra mim. ― Observa os noivos ao meu lado, mas percebo uma sombra de tristeza em seu olhar.

― O que te aconteceu, Cris? ― Sei que posso ter abusado com a pergunta indiscreta, mas o álcool me deu coragem de perguntar.

― A vida. O ser humano, Alexandra. ― Fala enigmático, faz um leve carinho em meu rosto e se afasta.

O observo caminhar até a mansão, o leve mancar que imprime um charme especial o acompanha, e meus pensamentos viajam no mistério que ele deixou no ar... O que levou esse homem a escolher essa vida sem regras?

― Ale amiga! Vim me despedir. ― Sam se aproxima me abraçando e sorrimos cumplices.

― Eu sempre soube que você e seu campeão, iriam acabar assim, felizes!

Regras do Desejo - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora