three

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the hotel is quiet.

Meu caminhar é lento, e de certa forma, interminável. As batidas incansáveis em meu coração, se tornam ensurdecedoras. Elas me indicam o perigo, explicitam-no continuadamente. Entretanto, eu acho que gosto dele.

Abro a porta.

O vazio.

Não há sinal algum de passagem humana por aqui. As mesmas paredes, os mesmos quadros. Com paciência, de fato eu consigo ouvir os passos das minúsculas formigas que seguem seu fluxo natural. Afinal, onde estão elas? Não notei nenhum tipo de inseto até agora, e este lugar também não me aparenta ser o do tipo que os abriga. Um cheiro característico de naftalina misturado com produtos de esterilização. Também um pouco de bebida alcoólica, talvez vodca. Não consigo definir da onde.

Embora apavorado, minha curiosidade começa a tomar espaço fazendo com que eu dê meus primeiros passos para dentro do corredor. Eu, de fato, não posso ficar aqui o dia todo. O plano é achar a recepção e encaminhar uma ligação a qualquer um que possa me tirar daqui. Creio que Kyungsoo venha, não devemos estar muito longe da capital. Uns dez ou quinze quilômetros é o máximo que a gasolina do tanque aguentaria; Sendo assim, irei me apressar.

Quadros preenchem ambas as paredes. Todos contém retratos de pessoas diferentes, porém com o mesmo semblante sério. Os encaro. Há muitos deles na parede escura, contudo, os da clara acredito que consigo contar nos dedos das mãos. Os donos, eles tiram retratos dos hóspedes e colocam nas paredes?

Que lugar bizarro.

Em determinado momento, uma sensação de mal pressentimento me invade. Como se algo extremamente ruim estivesse dentro de mim. Imagino ter visto um vulto, porém esta ideia é descartada assim que percebo o escurecimento de minhas vistas. O corredor é frio, calmo e silencioso. Depois de alguns passos incertos, meus olhos encontram algo que lhes chama a atenção.

É uma garota. Tem seus doze ou treze anos, a julgar pelo ar jovial. Embora, está assustada e com olheiras fundas e evidentes. Cabelos longos e escuros, bem penteados. O quadro está emoldurado na parede branca, e aquilo me parece algum tipo de enigma. Tenho um enorme ponto de interrogação em meu rosto.

— Byun Baekhyun. O meu nome.

Me assusto embora tenha escutado uma voz aparentemente tranquila, voltando-me para onde imaginei que ela saiu. É ele. Belo e enigmático, de uma forma intrigante; Encara a parede, ao meu lado, porém sua expressão não é de curiosidade.

— Por quê está me dizendo isso?

— Eu sei o seu nome. Lícito que saibas o meu.

Tiro meus olhos dele, ora encarando a garota, a parede vazia, o chão. Reflito alguns minutos antes de abrir novamente minha boca.

— Que horas são?

— Isso importa?

— Sabe, Byun, você é um péssimo funcionário, seja lá qual for a sua função. O dono desse lugar saberá do que você está fazendo.

— O dono vai saber. — ele ri baixinho. O som que emite causa cócegas em meus ouvidos. — Espero que isso não aconteça assim tão cedo.

Suas palavras saem num tom irônico, fazendo com que eu revire meus olhos e siga o caminho anterior pelo corredor. Ele não me segue, não é possível ouvir seus passos.

Não existem janelas mas, baseando-se em meu relógio biológico e cálculos próprios, estimo que sejam seis horas e meia da tarde ou quase isto. Contudo, estou certo de que não havia dormido nem um minuto sequer e isso me deixa cada vez mais perdido.

Uma sombra menor do que eu reaparece ao meu lado.

— À esquerda fica a sala do elevador. Não desça.

— Não há nenhuma esquerda. E você definitivamente detesta qualquer tipo de saudação antes de chegar, não é mesmo?

Ele não responde. Continuamos a andar.

— Mas, enfim, onde estão os outros quartos?

— Este lugar é imenso.

Faço uma careta com a resposta insatisfatória. Ao que parecia ser o final do corredor, consigo ver alguém estático ali. Viro-me para Baekhyun a fim de questioná-lo sobre de quem se trata. O garoto não está mais do meu lado.

— Que tipo de brincadeira...?

A sombra, ao longe, corre para o seu lado esquerdo. Engulo em seco. Preparo-me e caminho até lá numa corrida curta. De fato, o corredor acabara. Existe aqui uma sala, um quadro vazio e um elevador.

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