hotel [chanbaek]au!¡

fifteen

the hotel is stranger

Suspiro aliviado. Byun se senta na cama, onde há minutos havia estado o visitante indesejado.

- O quê foi isso?- pergunto, arregalando os olhos.

- Isso o quê?

- Aquele cara é um tarado ridículo, por que o trouxe aqui?

- Era para acontecer isso, você estava sendo avaliado. - Ele dá de ombros, num semblante triste.

- Avaliado?

- Sim, todos nós somos algum dia, não é? - Força um sorriso.- Mas pela cara dele, você foi muito mal.

- Por quê? Por quê eu evitava quando ele...

- Hum, hum! Apenas um momento. - Baekhyun tira algo que parecia ser um aparelho celular de seu bolso, e atende a ligação. - Pois não?

Reviro meus olhos, analisando-o prontamente com desprezo. Em algum momento, reconheço algo que me pertence.

- Este celular é meu, o quê está fazendo?

- Shhh... não consigo ouvir nada. - Baekhyun sussurra.

- Me dê isto. - Me levanto, tomando o aparelho de sua mão, rapidamente o levando até meu ouvido. Me esforço a fim de segurá-lo firme para que não caia.

Era voz de Kyungsoo, em alto e claro tom. Me arrepio ao estar certo daquilo, mais parecia que faziam-se meses desde não ouço a voz de meu amigo. Ele dizia o que pareciam novidades e também coisas que davam a entender de que eu iria ficar melhor e "sair dessa". Perfeito, eu irei sair desse inferno o quanto antes, para nunca mais voltar.

- Kyungsoo! Kyungsoo, quando acha que você virá me buscar? K-Kyungsoo? - Encaro aflito a tela do celular, que agora permanecia escura.

- Que pena, acho que os créditos acabaram.

- Eu preciso falar com o Soo.

Deixo o celular sobre a cama, o encarando como se a qualquer momento ele fosse tocar. A sensação de algo estar fazendo sentido, pela primeira vez naquelas horas, era magnífica. Tudo o que eu mais queria era voltar ao meu cotidiano, poder abraçar meus amigos, passar os meus domingos se embebedando sozinho em casa...

Mas é como se este prazer tivesse sido tirado de mim; Eu estou sozinho. Sozinho, a não ser pelo fato de que sou abençoado com a companhia de um maluco vestido de ajudante geral. Eu gostaria de cometer um suicídio.

- Prometo que o levo para falar com ele alguma hora. O pessoal da recepção não está aqui numa hora dessas. Chanyeol?

Saio do quarto, tomando o rumo do elevador. Baekhyun me acompanha em alguns passos, dizendo que eu deveria voltar. "Só vou dar uma volta", eu lhe respondia. Só uma volta.

Entro no elevador, apertando o botão para ir ao térreo. Estou sozinho ali. Me encaro no espelho, vendo meus olhos fundos; Eu estava dormindo muito mal, se é que dormia. Aquele lugar me recordava coisas que ainda insistem em dar vários nós no meu cérebro. Será que nunca o ensinaram a manter a ética e o bom senso no trabalho? Qualquer um teria medo de ser pego transando com um cliente seu, ele seria demitido e coisa pior. Byun Baekhyun ainda é um mistério para mim. Mas eu possuo algo chamado auto-controle e não repetiria algo desse tipo, sim?

O elevador se abre. Porra?

O mesmo salão, a mesma festa. Apenas gostaria de entender a palhaçada por trás daquilo. Mesmas pessoas a beber, a dançar, beijar, cantar, brigar... Me sinto tonto.

— Eu quero cachaça. A melhor que você tiver. Cachaça. — digo assim que chego ao balcão de bebidas.

— Já vai encher a cara? — Baekhyun se senta ao meu lado. Desiste da pergunta, se virando ao barman. — Põe na conta, o quê ele quiser beber.

— Eu tenho dinheiro.

— Ah cale a boca, aqui você não tem nada.

Em segundos um copo cheio até a boca do líquido frio está ao alcance de meus olhos e de minhas mãos. Sinto que começo a salivar, até tomar o primeiro gole. Num piscar de olhos, metade se fora.

— Cuidado com isso. — Baekhyun adverte.

— Foda-se. — Termino meu copo, secando o rosto com a manga da camiseta; faço sinal para o barman. — Enche outro pra mim.

Este o faz, me entregando o copo como da primeira vez. Depois deste, aparece outro. E outro.

— Quer parar de me olhar, Baekhyun? Vá voltar ao seu trabalho.

— Não quero.

— Ou vá trabalhar ou nada feito. — digo, um pouco alterado. — Eu quero a piscina. Me leva para a piscina.

— Que diabos de piscina? — Vejo que ele ri e me enfureço.

— Eu paguei essa porra! — grito. — Eu paguei essa porra aqui! Eu paguei e agora quero a porra da piscina.

— Não tem piscina.

Me levanto, irado. Eu não iria ficar a minha estadia inteira olhando-o ou pensando no que acha disso e aquilo. Eu quero curtir, beber, dançar e transar muito, eu quero ser quem eu sou. Não estarei esperando Baekhyun.

Ele não me seguiu desta vez. Caminho, esbarrando em algumas pessoas na pista de dança. Em poucos segundos eu havia me esquecido de meu objetivo, e parei bem ali. Nada mais importa, apenas o alto som que me invadia por completo. Meu corpo se move conforme a música juntos à muitos outros.