♕ Capítulo 8 ♕

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Oi lindjas!
Demorei, mas cheguei!
vou tentar postar mais de 2 hoje, tentar




O vento e a chuva rasgavam os céus escuros da Carolina do Norte, jogando verdadeiros rios contra as janelas da cozinha. Um pouco mais cedo, durante a tarde, enquanto Lisa lavava suas roupas na pia e depois de ter prendido o desenho de Kristen em sua geladeira com fita adesiva, uma goteira havia começado a pingar do teto de sua sala de estar. Ela havia colocado uma panela sob a goteira e já a havia esvaziado duas vezes. Quando a manhã chegasse, ela pensava em ligar para Benson, mas duvidava que ele viria reparar o vazamento imediatamente, se é que ele algum dia viria arrumar o problema, claro.

Na cozinha, ela cortou um pedaço de queijos cheddar em pequenos cubos, mordiscando alguns deles enquanto trabalhava. Em um prato de plástico amarelo havia alguns biscoitos e fatias de tomates e pepinos, embora ela não tivesse conseguido arrumá-los do jeito que havia imaginado. Nada que ela fizesse ficava do jeito que imaginava. Na casa em que ela morava antes de vir a Southport, ela tinha uma bela tábua de frios e uma faca de prata para queijos com um cardeal entalhado, além de um conjunto completo de taças de vinho. Tinha também uma mesa de jantar feita de cerejeira e cortinas de renda nas janelas; porém, aqui, nesta casa, sua mesa era bamba e as cadeiras eram diferentes umas das outras. Além disso, ela e Mila teriam que beber o vinho em xícaras de café. Por mais horrível que sua outra vida fosse, ela gostava de organizar as peças que compunham seu lar. Entretanto, como tudo o que havia deixado para trás, ela agora via aqueles objetos como um grupo de inimigos que haviam passado para o lado dos seus antagonistas.

Pela janela, viu uma das luzes da casa de Mila se apagar. Lisa foi até a porta da frente. Ao abrir, ela observou Mila andando por entre as poças a caminho da varanda, com um guarda-chuva em uma mão e uma garrafa de vinho na outra. Com mais duas passadas, ela havia chegado ao alpendre e sua capa de chuva amarela estava toda encharcada.

— Acho que agora eu entendo como Noé se sentia. Dá para acreditar numa tempestade assim? Minha cozinha está cheia de poças d'água.

— Minha goteira está na sala. — Lisa apontou para a casa, por cima do ombro.

— Lar, doce lar, não é mesmo? Aqui está — disse ela, entregando a garrafa de vinho. — Conforme o prometido. Pode acreditar em mim, estou precisando muito.

— Teve um dia difícil?

— Você nem imagina o quanto.

— Entre.

— Deixe eu pendurar minha capa aqui fora, ou você vai ter duas poças na sua sala de estar — disse ela, se desvencilhando do impermeável amarelo. — Mesmo morando na casa ao lado, fiquei toda ensopada.

Mila largou a capa e o guarda-chuva sobre a cadeira de balanço e entrou na casa logo depois de Lisa. As duas foram juntas até a cozinha.

Lisa deixou a garrafa de vinho sobre o balcão. Enquanto Mila observava o que havia na mesa, Lisa abriu a gaveta ao lado da geladeira e tirou um canivete suíço enferrujado, levantando a lâmina do saca-rolha.

— Esse aperitivo parece estar delicioso. Estou faminta, não comi nada o dia inteiro.

— Sirva-se, fique à vontade. Conseguiu terminar a pintura?

— Bem, eu consegui terminar a sala. Mas não fiz muito mais do que isso e o dia não foi dos melhores.

— O que houve?

— Eu te conto depois. Primeiro, preciso do vinho. E você? O que fez de bom?

— Nada de mais. Fui até a loja de conveniência, limpei a casa, lavei roupa. — Mila se acomodou à mesa e pegou um dos biscoitos. — Em outras palavras, material para o seu livro de memórias.

Safe Haven || D.J.HOnde histórias criam vida. Descubra agora