Acordei meia hora antes do meu despertador. Cheguei na escola com uns 20 minutos antes do primeiro toque,então fui diretamente a biblioteca. Ronald já estava lá, se encontrava sentado na mesa da bibliotecária lendo um grande livro.
- Oi, Ronin. - disse eu me aproximando dele.
- Até que enfim chegou. - respondeu ele - porquê demorou tanto?
- Ué, eu não disse que horas iria chegar, só que iria chegar mais cedo. Espera, a quanto tempo está aqui?
- A quase duas horas.
- E deixam você entrar assim, de madrugada?
- O sol estava nascendo já, então hipoteticamente não estava de madrugada, além do mais, tenho a chave da escola.
- Nossa. Não sei se posso dizer que isso é legal o medonho.
- Portanto, porquê me chamou?
- Lembra dos diários de Luna?
- Sim.
- Creio que eles tenham algo que possa indicar o paradeiro dela e que aquela sombra que apareceu ontem a noite poderia ser ela.
- Ou seja, você acredita que ela está viva!?
- Sim.
- Posso ver os diários?
- Sim. - então peguei os tais de dentro da mochila e pus sobre a mesa.
- Vamos lá. - ele estralou os dedos e o pescoço e pôs seus óculos. Deu uma boa olhada nos diários e olhou ao redor. - Não é bom ficarmos aqui, qualquer um pode entrar. Me acompanhe. - ele se levantou e eu peguei os diários e seguimos ao interior da biblioteca.
Sabe, nunca fui de confiar em qualquer um, mas Ronald era o único que estava do meu lado nisso, quem sabe ele me ajude a encontrar Luna. Estava sem muita escolha, então tinha que acreditar nele.
Numa parte literalmente perdida entre as diversas prateleiras de livros, havia uma mesa abandonada, parecia uma clareira em meio a uma selva de livros. Era uma mesa enorme, aparentemente velha, haviam 3 cadeiras e uma pequena luminária sobre a mesa para iluminar os livros. Logo que nos sentamos e ele analisa novamente as capas dos livros, ouço o sino tocar.
Então logo ele separou os diários e começou a ler, desde o primeiro ao último, prestando uma absurda atenção em cada detalhe de cada página. Fiquei um tanto abismado, como alguém conseguia manter tal concentração? Esse moleque é realmente estranho.
Quando ele terminou de ler o primeiro ficou olhando os desenhos por mais ou menos uma hora e meia e após pegou o outro, encarou a primeira página por um bom tempo até que começou a ler. Fiquei olhando as prateleiras e os livros que nelas haviam.
- Já volto. - disse ele se levantando e saindo bem rápido. Demorou uns dez minutos, até que voltou com uma garrafa de café, uma xícara e um grande livro, não faço a mínima ideia do porque do livro, mas ok.
Então ele se sentou e se serviu de café e continuou a ler com a mesma dedicação, porém, as vezes parava e olhava o tal livro, então me aproximei dele pelas costas deixando minhas mãos repousarem nas costas da cadeira dele e fiquei observando o livro e o diário. Aquele tal livro parecia um dicionário, mas acho que não era.
Ao terminar o segundo diário ele me fez me sentar, virou-se para mim e começou a falar.
- Com certeza ha uma grande diferença da menina do começo do Diário 1 para a Diário 2. Porém, no D-1 ela fez uma espécie de desenho, provavelmente um mapa e no D-2 ela cita alguns cantos que ela se sente bem. Então provavelmente os dois diários tenham um nexo, mesmo tendo sido escritos em um espaço de tempo bastante diferentes. Porém, ela não cita nomes dos locais, então não tenho certeza das localizações dos tais. Mas, a ela cita que a maioria se encontra ao Sul, então já é um bom começo. Nada muito específico, mas pelo menos sabemos por onde começar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A dama do caos
Mystery / ThrillerDesde muito nova, Luna sofre com bullying, tanto físico quanto psicológico. Foi desprezada por seus pais que davam atenção apenas aos irmãos mais novos dela e seu único amigo era um velho diário. Aos quinze anos ela se apaixonou por um rapaz de s...