A dama do caos

Caos 5

    Quando acordei de manhã, logo veio uma mensagem de Larissa.
   - Enzo, como vai seu castigo?
   Peguei meu celular e logo respondi.
   - Tá na boa, meus pais só me deixaram sem video-game e preso no quarto.
   - Você vai rir, mas, sua camisinha ficou dentro de mim.
   - Há há há há, meu deus, você está bem?
   - Tô na boa, já tirei ela.
   - Mas,como vai o seu castigo?
   - Meus pais não ligam muito, então não aconteceu nada, só levei um sermão mesmo.
   - Ata, tô ligado.
   - Vou me arrumar pra ir pra escola, te encontro lá.
   - Ok.
   - Enzo.
   - Oi.
   - Gostei muito, vamos transar de novo qualquer dia desses?
   Eu fiquei bastante envergonhado, mas feliz por ela ter gostado.
   - Pode ser.
   Me levantei e fui me arrumar para ir pra escola. Minha mãe foi me deixar. Isso sempre acontece quando eu arrumo confusão.
   Quando cheguei lá fui pra minha rodinha de amigos como sempre. Lá estavam Larissa, Lucas, Mariana, Ronald e Marcos.
   - Como foram seus castigos gente? - perguntou Mariana. - eu vou ficar sem falar com vocês umas duas semanas, estou sem celular e também não vou poder usar o computador, vamos nos falar apenas aqui na escola.
   - Eu mando na minha casa, então nada aconteceu. -  disse Marcos. - tô na boa.
   Marcos era o mais velho de nós, o cara já tinha até barba, mas não era inteligente.
   - Vou ficar preso em casa somente estudando, meus pais me forçaram. - respondeu Ronald revirando os olhos.
   O sino tocou e todos entraram para a aula.
   Marcos e Lucas como sempre, não estavam fazendo as atividades e jogavam bolinhas de papel na professora. Pareciam duas crianças.
   Quando a aula terminou fui para o treino e depois minha mãe veio me buscar.
   Isso se passou várias vezes. E quando me toquei, já faziam seus semanas que Luna havia desaparecido.
   Eu havia parado de ler o diário, parecia que não me levaria a nada. Até que resolvi ir para a casa dela em busca de mais coisas que me ajudassem.
   Resolvi invadir lá durante a noite já que os pais dela não deixariam eu entrar.
  Quando anoiteceu fiz o máximo possível pra ficar acordado mesmo algumas noites eu ficando acordado por causa de estar online conversando com a Larissa e outras meninas e algumas vezes falando com os caras do time resolvendo algumas coisas.
   Quando deu meia noite, me levantei e fui checar pra ver se meus pais dormiam. Fui até a cozinha e peguei uma lanterna, também peguei um punhal. Juntei tudo na mochila.
   Segui em direção a casa de Luna e quando cheguei, olhei por pequenas aberturas no muro e vi que as luzes já estavam apagadas, então pulei o muro e fui até uma das janelas da sala e olhei, ainda bem que eles não tinham cachorro. Segui até o jardim dos fundos que era totalmente mal cuidado, mas lá havia uma grande árvore que eu podia subir e também um de seus galhos ia para perto da janela do quarto de Luna que era no segundo andar.
   Subi na árvore e fui até o galho que se aproximava da janela. Não sei porque, mas estava aberta, será que ela havia voltado? Me lembro que da ultima vez que apareci ela estava trancada. Entrei bem devagar e olhei ao redor para ver se tudo estava certo.
   Abri e mochila e peguei a lanterna, liguei e comecei a vasculhar. O quarto era o certo, mas estava bem bagunçado, parecia que alguém entrou ali em busca de algo.
   Olhei no guarda-roupa e achei um pequeno livro com cadeado que havia escrito na capa da frente que era preta e de couro "Diário 2"  com o "2" bem grande feito um líquido vermelho, talvez apenas tinta ou então era sangue.
   Peguei e passei as páginas bem rápido apenas para ver se era mesmo um diário.
   Coloquei na mochila e continuei olhando as coisas.
   O brilho da lua passava pela janela e me ajudava clareando o quarto.
   O quarto ficou mais escuro e fiquei me perguntando o que houve. Quando olhei para a luz da lua no piso, ví uma grande sombra no meio e parecia mexer um pouco sua mão puxando uma pequena faca.
   Virei rapidamente em direção a janela e vi que havia uma pessoa ali, mas não consegui reconhecer quem era, pois usava um tipo de capa preta com um capuz, mas eu podia ver o brilho de um dos olhos, não sei porque era só um, mas não pude ver o outro.
   Tirei o capuz para ver melhor e quando tirei aquela sombra simplesmente paralisou. Guardou a faca rapidamente e tentou fugir pela árvore, apontei a lanterna em seu rosto que já se virava e pude ver que tinha uma cicatriz na fronte.
   A sombra desceu bem rápida pela árvore e correu até desaparecer. Olhei pela janela mas ela já havia desaparecido.
   Fiquei alguns minutos ali mas depois voltei a procurar.
   Levantei o colchão de onde havia pegado o primeiro diário e lá não havia nada, apenas um pequeno bilhete.
   " Devolva minha paz ou receberá a punição da madre lua"
   Fiquei pensando um pouco naquilo enquanto olhava ao redor, pois sentia que estava sendo observado.
    Dobrei o papel e pus no bolso de trás.
   Olhei mais uma vez as coisas, mas não havia nada de novo no quarto.
   Mas a posição da lua havia mudado e algo no piso começou a brilhar, havia algo embaixo daquela cerâmica.
   Tirei o carpete de cima, peguei o punhal e comecei a raspar a massa que havia em uma das laterais do bloco de cerâmica, já que era o único que ali havia ter.
   Quando tirei, coloquei o bloco de lado e ali embaixo havia outro caderno de coro escrito "diário 3" peguei ele e dei uma olhada rápida nas folhas e guardei na mochila também.
   Resolvi ir logo embora dali quando olhei o relógio e vi que já eram duas e meia da madrugada.
   Quando fui até a janela pude ver que em um galho próximo ao de escape havia uma pequena fita vermelha que não estava ali anteriormente. Fui devagar até o galho que ela estava e peguei. Tinha um metro de comprimento e sete de largura.
   Aquela fita me parecia familiar, mas não consegui lembrar de onde era.
   Coloquei no bolso que estava a carta de ameaça e segui pra casa.
   Quando cheguei, meus pais ainda dormiam. Guardei as coisas da cozinha e subi para meu quarto.
   Escondi tudo que havia pegado e fui dormir, mas passei pelo menos meia hora para conseguir dormir, pois não consegui parar de pensar naquela sombra, até sonhei com ela naquela noite.