A dama do caos

Caos 10

    Logo que levantei no dia seguinte, já arrumei minhas coisa: lanterna, comida, bússola, um mapa que achei no sotam, esqueiro, um canivete, uma corda e tudo mais que pude por na mochila antes das 6:20, pois foi o horário que saí para encontrar Ronald na minha bicicleta. Chegando a praça, estava 5 minutos adiantado, mas Ronald já estava lá, montado numa BMX  prateada, totalmente personalizada, com 5 marchas, molas, para lamas e tudo mais. 

   - Pelo visto nós dois estávamos ansiosos por hoje. - disse Ronald se aproximando de mim.

   - Com certeza. - respondi - por onde iremos começar?

   - Essa noite eu dei uma olhada em alguns locais, pontos turísticos e cidades e há mesmo ao Sul, não apenas uma, mas três casas abandonadas, pelo seu lado histórico, algumas delas foram deixadas por Senhores de Engenho, ou seja, essas casas existem desde o período colonial.

   - Que legal! 

   - Bastante, mas temos que tomar cuidado dentro delas, elas são tão antigas que qualquer toque em falso podemos ser soterrados em uma delas. Essas coisas estão caindo aos pedaços.

   Decidimos qual iriamos primeiro e lá fomos nós, quase que rodando o estado de bicicleta. No caminho, falávamos de tudo, nem eu mesmo sabia que Ronald era um cara tão interessante, falávamos sobre namoro, até tentei ensinar pra ele algumas coisas sobre isso e ele me explicou algumas curiosidades que eu nem mesmo pensava que tinha sobre o sexo oposto, falamos sobre a Teoria do caos, ou efeito borboleta, sobre teoria do inicio do universo, futebol, bandas, games, literalmente tudo, quase que esquecendo nosso objetivo principal naquela busca.

   Já de bem longe, podíamos ver a casa, ou melhor a mansão. Somente vendo sua arquitetura, sem nem mesmo precisar saber a história dela, já dava pra saber que ela era bastante antiga.

   - Agora é só achar por onde entrar. - disse parando minha bicicleta e olhando o mato que havia ao redor da casa.

   - Cara, acho que se chutarmos a parede conseguimos uma entrada, mas é melhor não arriscar.

   - Voto pela ideia do chute.

   - Você não viu a buraco?

   - Que buraco?

   - Aquele ali. - disse Ronald apontando ao canto do muro que havia um pequeno buraco que poderia passar uma pessoa abaixada.

   - Não, eu não tinha visto.

   Então logo entramos e por estar bem claro por consequência dos buracos na casa, então não precisei ligar minha lanterna, ali havia alguns rastros de que alguém esteve ali, mas nada muito específico, provavelmente ali teria sido o primeiro lugar que ela visitou, algumas coisas pareciam ter sido mudadas de canto, mas já estavam empoeiradas novamente. Então seguimos até a escada que dava ao segundo andar.

   - Cara, melhor não subirmos, olha a situação dessa escada. - disse Ronald - tem algumas taboas soltas e também está bastante podre essa madeira. e também já vimos que o piso do segundo andar está bem detonado.

   - Certo, melhor irmos então, não há nada aqui.

   Então saímos dali e seguimos ao outro ponto, paramos em um pequeno restaurante em uma avenida no caminho para comer algo e até perguntamos aos que ali trabalhavam se alguma menina com essas características havia passado por ali, mas não souberam me responder. Então seguimos. Resolvemos ficar perguntando aos que encontrássemos no caminho sobre Luna. 

   Ao chegar na outra casa que parecia ser bem mais atual, então logo entramos, nessa tive que usar minha lanterna, casa era totalmente cheia de estantes de livros, Ronald até se animou, mas quando puxou um da prateleira, o livro se desmontou todo, além de ter as páginas todas mofadas e ruídas, e após alguns segundos, a prateleira desabou e todos os livros estavam em mesma situação. Então resolvemos não mexer em mais nenhuma prateleira. Saímos de lá novamente sem pista alguma, então seguimos a terceira e novamente sem informação alguma, nem mesmo das pessoas que encontrávamos no caminho, então seguimos a um lago que havia uma barraca, possivelmente a que foi citada no diário, encontramos algumas pegadas e também cinzas, Ronald me disse que tinham sido feitas a noite passada. Com isso ganhamos animo de novo.