Vem cá, meu querido, deita a tua cabeça no meu colo e me deixa fazer um cafuné. O que te deixou tão tenso hoje? Deita aqui e deixa que as tuas pálpebras cansadas guardem teus olhos de noite negra, e relaxa, esquece tua dor só um pouquinho. Só agora. Amanhã, quando tu acordares de novo, vai sentir que ela já é bem menor. Mas agora tu deitas aqui, no meu colo.
E me deixa fazer um cafuné. Posso dar um beijinho pra sarar também. Quer? Depois te faço negrinho e te deixo deitar mais uma vez no meu colo, e a gente fica cantando qualquer coisa pra esquecer do mundo que tagarela lá fora. E teus olhos de noite negra podem ficar olhando os meus, ou olhando a sala ao nosso redor, ou ficar guardados nas tuas pálpebras cansadas. Não importa. Não me importo. Desde que eles reflitam a noite que tem dentro deles, sem dor, nem água. Nem mágoa.
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Agora Já Contei
Algemene fictieEstes contos que você lerá saíram das telas virtuais para suas mãos, em formato físico. Escrevendo no blog Agora já contei desde 2013, as histórias que antes eram feitas de luz e pixels agora foram impressas e podem ser lidas em papel e tinta. Par...