Recomeço?

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Hyunwoo olhava para a arquibancada algumas vezes durante o treino na expectativa de ver Minhyuk ao lado de Changkyun, mas apenas Changkyun apareceu. Até o término tentou manter a esperança, foi ao vestiário, tomou banho, trocou a roupa do treino pelo uniforme e com seus pertences voltou ao campo. Seus olhos involuntariamente procuravam pelo garoto de cabelos platinados, mas nada dele.

Era tolice alimentar o desejo de esperar que Minhyuk desse as caras depois do ocorrido e com pesar tivera de admitir isso. Em seu interior gostava de pensar que o ômega o deixaria explicar o que aconteceu quando estivesse mais calmo.

Mas afinal, o que havia acontecido?

O sábado passado tornou-se um borrão de memórias em sua cabeça. Lembrava-se de ficar atarefado com os preparativos da festa. Lembrava-se também de que enquanto se arrumava Kihyun entrou em seu quarto, afinal ele já conhecia bem a casa. Kihyun lhe provocou e acabou por ceder aos encantos dele.

O alfa sentia-se estranho com os próprios atos, nunca ficou descontrolado daquela forma para se deixar levar assim tão fácil. E mesmo com toda correria do dia, tinha certeza de que havia tomado o remédio amenizador dos efeitos de seu cio. Parecia até que não tinha lhe surtido efeito nenhum.

O que poderia explicar para Minhyuk? Que um ômega insinuativo entrou em seu quarto e que não conseguiu se controlar? Não apenas isso, mas também perdera a total noção de quantas vezes tomara Kihyun naquela noite. Parecia que seus instintos mais selvagens tomaram conta de si.

Tudo estava muito confuso e sem explicação. E o pior de todo o ocorrido é que feriu a quem mais importava. Nem Hyunwoo se achava digno de perdão.

De modo automático fazia o caminho para a biblioteca, mas parou de andar quando notou-se sozinho. Como tirar Minhyuk da sua rotina agora? Da sua cabeça? Da sua vida?

Deu meia volta e rumou para o portão da escola. Saiu a tempo de ver Minhyuk e Hyungwon se distanciarem, andando para suas próprias casas. O maior mantinha os ombros do menor envoltos por seu braço e pelo pouco que podia ver dos seus rostos virados um para o outro, eles sorriam ao conversarem. Hyunwoo desviou o olhar e suspirou, doeu vê-los daquela forma. O moreno era possessivo e desejava que todos os sorrisos de Minhyuk fossem para si. Mas nem Minhyuk ele tinha mais, tampouco os sorrisos...

Será que se acostumaria com essa situação de querê-lo e não o ter?

*

- Minhyuk hyung, você deveria passar a tarde comigo hoje. E não adianta falar que tem que estudar – completou com a última frase rapidamente e riu.

- Mas por quê? Na verdade, eu quero dormir... – Fez um beicinho.

- Eu deixo você dormir, hyung – falou risonho ao ver o gesto infantil do outro. – Só não queria que ficasse sozinho e triste em casa. Nossas casas também são próximas, eu posso te acompanhar até a sua se ficar tarde. Que mal tem se você ficar comigo?

- Acho que nenhum... Vou mandar uma mensagem avisando a minha mãe ao menos – Encostou a cabeça no ombro de Hyungwon em um ato distraído e bocejou, claramente sonolento.

- Isso tudo é pra eu levar você no colo até a minha casa, hyung? – Hyungwon brincou e riu um pouco alto da reação repentina de Minhyuk de levantar a cabeça.

- Você é muito implicante, sabia? – Minhyuk afastou-se por completo de Hyungwon de maneira descoordenada e bocejou mais uma vez.

- Implicante? Que isso, eu sou fofo. Foi o que me disseram – Hyungwon disse divertido e piscou para Minhyuk, que esboçou um sorriso e balançou a cabeça em negação.

As aparências enganamOnde histórias criam vida. Descubra agora