A força do meu coração

Ideia

Miguel Nogueira

Minha tarde foi frustrante. As palavras do Lucas não saiam da minha cabeça, mas o que eu poderia fazer? O que eu faria para falar com ela? Será que eu deveria? Ela nem sabe que eu existo! Como posso lidar com isso? O Josh me mataria.

Esses pensamentos não saem da minha cabeça. Eu tenho que fazer alguma coisa.

Deitei na cama por algum tempo, mas tive que sentar para conseguir respirar direito.

Talvez nem vália a pena tentar alguma coisa. Ela não se interessaria por mim e eu posso morrer logo... Mas como eu seria lembrado se morresse? O cara medroso que não teve coragem de dizer para uma garota o que sentia por ela, ou pior nem ser lembrado por ela? Não! Isso não pode acontecer! Vou tomar uma atitude e tentar conquistar o seu coração.

Alguém bate na porta do meu quarto e minha mãe põe a cabeça para dentro.

- Oi, querido. Posso entrar?

- Oi, mãe. Entra. - ela entra e senta ao meu lado.

- Como você está? - pergunta passando a mão pelo meu cabelo.

- Bem. - ela sorri.

- Eu te amo muito, meu filho.

- Eu também te amo. - ela me abraça. Acho que minha mãe tem medo de me perder logo. Não queria que ela tivesse que passar por isso.

- E então, como foi na escola? - pergunta me soltando.

Eu não deveria mentir para a minha mãe... Mas fala sério; você diria para sua mãe que tem um idiota te perturbando? Talvez você até dissesse, mas se estivesse nas mesmas circunstâncias que eu. Vou numerar para você:

1) Sua mãe foi largada pelo "marido" e trabalha muito pra te dar do bom e do melhor.

2) Ela já vive cheia de problemas já que o seu filho aqui teve um ataque cardíaco, tem insuficiência cardíaca e pode morrer a qualquer hora.

3) Minha mãe é super protetora e da última vez que se preocupou demais comigo passou muito mal.

4) A família da minha mãe tem histórico de hipertensão e problemas cardíacos.

Eu não posso preocupá-la com o fato de eu ser fraco demais para enfrentar o Josh.

- Foi tudo bem. - forço um sorriso.

- Que bom, querido. - retribui o sorriso. - Vamos descer? O almoço já está pronto.

- Vamos.

***

Lucas aparece lá em casa e me acorda com um tapa no pé. Eu sou do tipo que gosta de dormir depois do almoço.

- Qual é o seu problema? - fuzilo ele com o olhar, enquanto me sento. Ele ri.

- Você tem que parar de dormir de tarde. Sabes muito bem que eu vou aparecer aqui. - é eu sei. Mas o que eu posso fazer se fico cansado?

- E você tem que parar de me acordar assim.

- Se não for assim, não tem graça. - reviro os olhos.

- Eu tive uma ideia. - falei sentando na cadeira da minha escrivaninha.

- Sobre o que? - faz uma expressão confusa.

- Sobre o que você disse de falar com a Milla. - eu a chamo assim secretamente.

- E qual foi a ideia? - suspiro.

- Eu tenho que falar com ela, mas sem que o Josh saiba, certo? - Ele assente. - Bom, eu pensei em...

***

- Você é maluco. - Lucas fala quando termino de contar minha ideia.

- Aprendi com você.

- Idiota. Você tem certeza disso? E se descobrirem?

- Não vão descobrir. Eu cansei de esconder isso.

- Ta bom. Então eu estou com você, cara. - diz tocando meu ombro.

Passamos o resto da tarde jogando vídeo game e, modéstia à parte, eu sou ótimo nisso.

- Vai ficar pra jantar conosco, Lucas? - minha mãe entra no quarto, depois de bater na porta.

- Eu adoraria, senhora Nogueira. - responde.

O engraçado é que ele vem aqui praticamente todos os dias e minha mãe sempre faz a mesma pergunta, como se já não soubesse a resposta. Lucas nunca recusa comida.

- Quando o jantar estiver pronto eu chamo vocês.

- O.k., mãe. - ela sai.

- Eu adoro a comida da sua mãe. - fala, deitando na minha cama.

- Eu sei. - rio.

- Você tem certeza de que vai seguir com o plano amanhã? - senta e me encara.

- Tenho. - digo firme.

- Tá bom. Eu vou te ajudar.

- Ótimo.

***

Após o jantar, Lucas vai embora e eu fico assistindo televisão com a minha mãe.

- Já está na hora de você ir dormir, não acha? - pergunta me fazendo cafuné.

- Quero terminar o filme.

- Tudo bem... Mas assim que acabar você vai dormir. O.k.?

- O.k.

- Boa noite. - beija minha testa e vai para o quarto.

- Boa noite.

Amanhã vai ser o dia. Não posso vacilar.

Deito na cama e fito o teto por algum tempo, até que o sono me alcança.

Gente, mais um capítulo! Espero que estejam gostando!

Me ajudem com seus votos e comentários. Serei muito grata.

XOXOXOXO

Até logo!