- Capítulo 15 -

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Quando eu soube da morte dele, eu fiquei tão abalada, que não consegui ter nenhuma reação, nem de tristeza e nem de desespero, parecia que eu havia desligado a minha realidade.
Na teoria eu sabia que ele estava no Céu e que o Espirito Santo ia me consolar, e que eu não deveria chorar, e então levei isso ao pé da letra...
Preparei todo o enterro com uma frieza que assustava a todos, assisti o meu marido, carne da minha carne, ser enterrado sem derramar uma lagrima sequer, e sem falar uma só palavra!
Não quis o luto que a igreja me deu, dando um tempo para eu ficar com a minha família...
Fui amparada pela igreja em um apartamento com mais uma viúva, e no dia seguinte em que o meu marido foi enterrado eu já estava na igreja, procurando todo tipo de atividade para fazer e agindo como se nada tivesse acontecido.
Á noite eu não ia dormir no quarto e passava a madrugada acordada na sala, doida para o dia clarear e eu poder voltar para a catedral e arrumar coisas para fazer só pra fingir que meu marido não havia morrido.

Eu não dormia, só para não ter que deitar na cama, e ter que perceber que os braços dele não iriam mais me dar segurança dentro do seu abraço.
A esposa viúva que morava comigo estava preocupada, e tentou conversar comigo várias vezes, mas eu fugia da conversa , evitava o assunto, nem as ligações da minha mãe eu atendia, eu fugia de todos que sabiam que eu havia perdido o Caio, e que pudesse perguntar como eu estava, e quanto mais gente desconhecida tivesse ao me redor, melhor!

Fiquei nesse estado de negação por três meses, três meses sem dormir direito, três meses sem comer direito, e me enchendo de atividades, ficando exausta e doente.
Foi ai que a esposa viúva que morava comigo, muito preocupada, levou o meu caso para a esposa do Bispo da Catedral.

A esposa do Bispo então me chamou, e naquele dia a nossa conversa foi longa! Eu não queria falar, eu queria fugir, mas ela não me deixou sair da sala enquanto eu não caísse na real que meu marido havia morrido e que eu deveria enfrentar e superar sem fugir.

Ficamos 2 horas naquela sala, e eu fiquei em silêncio, enquanto ela repetia:
Eduarda o seu marido morreu, o que você esta sentindo?

Eu tentava não ouvi-la, mas não conseguia, essas palavras entravam dentro de mim, e me arrebentavam por dentro.
Até que na milésima vez que ela falou isso, eu dei um grito e falei: PARA! POR FAVOR PARA, PARA...
E aí eu chorei....

CONTINUA ! Pessoal não irei deixar de postar viu...Fiquem com Deus ! ☺

"Deus mudou o seu caminho,até juntares com o meu" ❤ Onde histórias criam vida. Descubra agora