Os Últimos Dias Longe do Inferno

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Toc Toc Toc

Acordo como sempre sonolenta, levanto e abro a porta.

- Que foi manhê? - Digo irritada como sempre.

- Vamos almoçar minha princesinha?

- Ta no livro de contos de fadas.

- O que bebê?

- Ta na maternidade.

- Diz logo o que você está querendo dizer, flor. - Diz minha mãe meio abobalhada.

- TA NO JARDIM! EU SOU SUA FILHA, NÃO PRINCESA, BEBÊ OU FLOR, SÓ SUA FILHA, DA PARA ENTENDER? - Digo muito irritada.

- To descendo para almoçar. - Digo ironicamente.

Minha mãe fica muito irritada. Desço. NÃO POSSO ACREDITAR...............BRÓCOLIS!

Minha mãe entra para tomar banho e saio pelo corredor do lado da casa e não sei como pulo para a casa do outro lado com o prato. Entro cautelosamente na casa e vejo se não tem ninguém. Vou até um quarto, parece de um menino, NERD! Tem suspensórios, muitos livros, óculos quebrados, alguns com esparadrapos. Jogo os brócolis dentro de algumas meias, o arroz dentro de um livro de álgebra e o resto nos óculos velhos. Saio da casa jogo o prato e os talheres no lixo, pulo o muro e volto para a casa. Pego um Danone de chocolate como sem talheres. Minha mãe sai já arrumada do banheiro.

- Filha você já lavou o seu prato? - Ela diz assustada.

- Sim, mãe porque a surpresa? E já sequei e guardei. - Digo firmimente.

Ela vai para a dispensa e volta com um aspirador de pó.

- Querida me ajuda a subir o aspi....

- NÃO!

- Mas porque minha filin....

- NÃO!

- Você tem que melhorar o seu comportamento, mocinha.

-Tatatata. - Digo aumentando o volume da tv.

Vou até a janela e minha irmã está chegando da escola com uma cara não muito boa. Ela passa reto por mim e sobe. Não consigo ouvir o que ela está dizento por causa do barulho do aspirador de pó. O barulho para e minha desce com uma folinha branca, e por minha experiência com folhas sulfits brancas isso não é um bom sinal.

- Filha, você vai ter que escrever um poema sobre a coisa mais importante para você.

- Já vou fazer. - Subi e liguei a tv lá de cima, arrumei o espelinho e começei o poema.

Ode ao Celular

Ó celular, não sei como os selvagens sobreviviam sem você,

Com você eu converso, digito e mais digito,

Quando você toca meu coração dispara, não sei dizer,

Quando fico sem você, é capaz de eu morrer,

Deviam proibir ficar sem celular é como ficar sem comer.

                                                                Emily Euclides

Pronto acabei, ainda bem que não pede quantidade miníma de linhas e o pior de todos é o meu sobrenome e eu só tenho esse sobrenome, nem tem como disfarçar. Desço para jantar e o que está no prato..............................................................................FRANGO! EU AMO TANTO FRANGO QUE ACEITARIA SER UMA FRANGA! Peraí, isso não soou muito bem, ta bom esquece que você pensou isso. Janto, tomo banho, pego meu celular e começo a trocar mensagens com o Pablo, sem nenhum único "e", que é o meu melhor amigo. Desço com uma lanterna para a cozinha porque depois do susto do gato não me arrisco mais. Pego um copo de leite, tomo por lá mesmo e largo o copo na pia. Escovo meus dentes e durmo.

Minha Família Me CondenaOnde histórias criam vida. Descubra agora