Capítulo 16 - O príncipe e a princesa

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Victória Walker

Naquela noite não consegui dormir, a cada vez que eu fechava os olhos a cena de Thomas beijando aquela mulher vinha em minha mente. Se não bastasse isso, ele havia complicado ainda mais as coisas entre nós no momento em que me barrou no final da aula.

Eu estava magoada, isso eu não podia negar, mas eu também o amava, amava até doer o coração, e ele fez o favor de parti-lo em mil pedaços sem pensar duas vezes. E agora tinha o Derek...depois de meses ele ainda parecia sentir a mesma coisa que antes.

Eu não quero magoá-lo como fiz involuntariamente no momento em que o deixei de lado e me dediquei a Thomas, e naquela hora em que ele sentou a minha frente me direcionando pensamentos bons, eu tive a certeza que ele não merecia alguém como eu. Derek era bom, parecia estar alheio ao real problema. Ele sabia sobre o King, mas mesmo assim não me julgou, não forçou a barra em descobrir o que estava acontecendo, e principalmente, soube a hora certa de dizer as coisas certas.

Me deixar permitir ser agraciada com outra presença masculina em minha vida, me fez levar em consideração que eu estava a um passo de seguir os preceitos que Thomas havia designado a poucos meses atrás, não que isso seja ruim, de forma alguma, mas eu não queria que ele saísse como o certo, não queria acreditar que aquilo era o melhor para nós.

Respirei fundo e limpei as lágrimas teimosas do meu rosto, eu estava péssima. Peguei meu celular e deslizei meu polegar pela tela a fim de desbloqueá-la, minha proteção de tela era uma foto nossa usando aqueles filtros do snapchat, não tive coragem de apagá-la, era a única foto que tínhamos em que poderíamos ser considerados como um casal normal tirando fotos normais.

Eu deveria tirar aquilo do meu celular, deveria odiar Thomas King por ter me feito de idiota, mas eu simplesmente não consigo. E foi naquele momento que meu celular vibra e logo a imagem do professor surge na tela, ele estava me ligando.

Eu poderia muito bem rejeitar a chamada e continuar sofrendo por algo que não vale a pena, não mais. Contudo, a carne era fraca e tola o suficiente para deixar que meus dedos aceitassem a ligação quase que involuntariamente.

Aproximei o aparelho do meu ouvido e esperei que sua voz inundasse meus tímpanos novamente. Demorou um pouco, por instantes, pude jurar que ele nada falaria, ficaria apenas ali, ouvindo minha respiração e eu ouvindo a dele, mas não tardou para que as famosas palavras que eu tanto quis ouvir durantes aqueles meses, fossem ditas em alto e bom som.

-Eu amo você, Victória Walker, e me dói ter que te deixar ir com a mesma intensidade com a qual você chegou. – Sua voz estava arrastada, como se ele tivesse bebido uns bons copos antes de tomar coragem para me ligar.

-Não acha meio tarde para dizer isso?! Ainda mais levando em consideração a cena de mais cedo, como eu disse antes, você deixou bem claro sua posição quanto a nós. – Suspirei tentando não chorar.

-Eu sei que estou cometendo o maior erro da minha vida, mas não vou me perdoar se eu não tiver te dado uma chance de ter uma juventude normal. – Ele argumentou quase que para convencer a si mesmo de suas palavras.

-Chance?! Acha que me jogar para os braços de outro cara é uma forma de me dar uma chance?! Por um acaso você está levando em consideração tudo o que eu disse sentir por você?! Está levando em consideração todos os momentos que passamos juntos?! Todas as promessas que fizemos?! E aonde fica aquele papo de "Vai dar certo, Doutora"?! Aquilo foi uma mentira também?! – Desabafei.

-Eu não queria que fosse assim, Vick, mas eu preciso ter a consciência limpa, preciso que você escolha já sabendo o que te espera, quero que você não tenha arrependimentos se você decidir que eu sou o homem que você precisa em sua vida. – O desespero em sua voz era intenso.

Meu Querido Professor [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora