Capítulo 8 - E a ética fica aonde?

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Victória Walker

—Você? – Arfei me desvinculando de seu abraço no momento que vi seu rosto.

—Porque a surpresa? – Ele estava com um semblante divertido, como se achasse graça daquela situação.

—Espera, você já sabia que era eu? – Me toquei me sentindo uma boba, é claro que ele já sabia.

—Claro, não tem como eu não saber reconhecer seus olhos e sua boca. – Sussurrou em meu ouvido.

Estremeci da cabeça aos pés com esse comentário, o que não era bom, não era nada bom.

—Isso é errado. – Neguei com a cabeça falando quase que para mim mesma.

—O que é errado? – Ele se fez de desentendido.

—Ah por favor, você é meu professor, e acabamos de nos beijar, isso é anti ético. – Bufei cruzando os braços.

—Anti ético é você negar isso que está acontecendo entre nós. – Ele me segurou gentilmente pelos ombros e os sacudiu igualmente.

—Você está bêbado?! Usou drogas?! Você está ouvindo o que está falando?! – Exasperei-me.

—Não seja hipócrita, Victória, estamos nesse chove e não molha a praticamente um mês. – Passou a língua pelos lábios inferiores...gesto tão sexy.

—Por isso mesmo, um mês é muito pouco tempo. – Tentei argumentar.

—Para uma futura advogada, seus argumentos estão um pouco falhos, não acha?! – Desafiou e eu revirei os olhos. – Olha, se você sente o que eu estou sentindo, e você sabe muito bem o que, me encontre meia noite na porta do salão, estarei com a máscara para evitar qualquer tipo de incômodo ou especulações a nosso respeito.

Dito isso, Thomas colocou novamente a máscara no rosto e se virou indo na direção oposta da qual estávamos sumindo de vista logo em seguida. Eu, ao contrário dele, fiquei estática e cai na tentação de tocar meus lábios pela primeira vez depois do beijo acidental.

O gosto daquela boca macia ainda estava presente ali e eu acabei soltando um gemido de saudade ao constatar aquilo, por mais que eu tentasse fingir que aquilo não significou nada estava mais do que claro que era o contrário, eu queria aquele homem de novo e talvez a decisão que eu estava prestes a tomar definiria mais uma vez o rumo das coisas.

—Achei você! Que mulherão hein! – Oliver surgiu no meu campo de visão.

—Ah, oi Oli, obrigada, você também está um "homão". – Ri nasalmente.

—Eu sei querida, eu sempre arraso. – Ele disse convencido.

—Você nem se acha não é mesmo Oliver?! – Bati em seu ombro fracamente.

—Eu sou realista meu amor, realista. – Deu de ombros. – Becky não pode vir, ficou sabendo?

—Não, o que houve com ela? – Perguntei alarmada.

—Fique calma, não foi nada de mais, ela está com Mike, sabe como é ne?! Esses namorados, dando trabalho para a namorada em pleno sábado a noite. – Cruzou os braços como gesto reprovador.

—Pelo menos ela tem um brinquedo para curtir todos os dias a noite. – Falei com malícia.

—Victória Walker, larga de ser dada garota! – Oliver soltou um berro aos risos.

O acompanhei.

—Não sou dada, e sim realista. – Devolvi com a mesma frase que ele usou para mim. – Agora vamos dançar. – O puxei logo em seguida para a pista.

Dançamos todos os tipos de música desde ao funk ao rock, nos acabamos, bebemos de tudo e eu já podia sentir o efeito do álcool em meu organismo, mas tratei de afastar qualquer indício  de bebedeira da minha cabeça.

Eu estava sentada novamente no barzinho onde encontrei Thomas a poucas horas atrás, estava comendo um docinho para ver se minha glicose chegasse ao nível aceitável para não desmaiar, foi quando eu ouvi o DJ da festa se pronunciar.

—E ai calourada, chegamos a meia noite e muita festa ainda vai rolar, estão animados?!

Eu nem prestei atenção no que a galera respondeu, apenas me atinei que meia noite era o horário marcado que eu tinha com Thomas.

Mais que depressa corri para a porta do salão em busca dele, mas o que eu achei lá nem de longe era ele, na verdade não havia nenhum sinal do professor. Não demorei para praguejar comigo mesma e ter a plena certeza de que tudo aquilo não passava de uma brincadeira e que eu estava maluca em achar que Thomas King seria capaz de viver algo tão intenso comigo.

Na certa ele já havia conseguido o que queria, beijar uma de suas alunas e adicioná-la na sua listinha barata de suas conquistas.

Argh! Como você pôde ter sido tão patética Victória Walker?!

Eu já estava prestes a me virar e voltar para a minha bebedeira quando um par de mãos masculinas cobriram meus olhos.

—Oliver, acho bom você parar de gracinhas, estou bêbada e pretendo continuar bebendo pelo resto da noite. – Resmunguei.

—Não sou o Oliver. – Um sussurro se fez presente em meus ouvidos.

Retirei aquelas mãos do meu rosto e me virei para encarar aquele rosto com feições maduras e com uma beleza inatingível.

—Achou mesmo que eu te deixaria sozinha?! Não sou esse tipo de homem, mesmo porque foi eu quem deu a ideia, fora que eu não via mais a hora de te ver novamente, Victória. – Ele segurou minhas mãos e eu não pude evitar um arrepio que me consumiu.

—Porque quis me encontrar aqui? – Perguntei tentando disfarçar meu nervosismo.

—Bom, meu plano inicial era te levar para comer alguma coisa e conversar com você, mas você está bêbada o suficiente para não se segurar em pé por muito tempo. – Soltou um riso fraco.

—Eu estou ótima, em perfeitas condições. – Pigarreei tentando parecer normal sem sucesso.

—Vick, você está apática, não está em perfeitas condições nunca! – Thomas argumentou.

—Merda! Não posso aparecer bêbada lá em casa, minha mãe me mata. – Choraminguei esquecendo-me por hora do meu combinado com Oliver.

—Eu cuido de você, venha. – Ele me pegou no colo e minha cabeça rodou, eu estava realmente mal.

Thomas nos levou até uma caminhonete preta e me colocou no banco do carona indo logo em seguida para o banco do motorista, onde deu a partida no carro e seguimos por um caminho que eu não conhecia.

—Para onde estamos indo? – Eu estava de olhos fechados.

—Para a minha casa, vou cuidar de você e depois te levo para casa, tudo bem? – Eu podia sentir seu olhar sobre mim.

—Claro, só não me estupre. – Pedi sonolenta ainda com o álcool na cabeça.

—Vou tentar. – Disse e eu arregalei os olhos o fazendo rir. – Não vou fazer nada, só descanse.

Respirei aliviada e fechei os olhos novamente.

O carro parou e eu suspeitei que já havíamos chegado ao nosso destino, Thomas me pegou novamente no colo e em menos de cinco minutos eu sentia meu corpo sendo depositado em uma cama macia, aquilo era bom.

—Bom, vou deixar você sozinha, durma bem. – Anunciou.

—Thomas. – O chamei. – Fique, por favor, não quero ficar sozinha. – Pedi.

Ele não disse nada, apenas senti seu peso ao meu lado na cama e logo em seguida seus braços me puxando para si.

Suspirei pesadamente e me entreguei aos sonhos deitada no peito do Sr. King.

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Meu Querido Professor [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora