Capítulo 3 - Sr. King

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Victória Walker

-O que vocês entendem por Instituições Judiciárias e Ética? – Sr. King olhava cada um de nós enquanto andava de um lado para o outro.

O silêncio que reinou na aula de Psicologia Jurídica voltou a assolar nossa sala, o que era um tanto quanto engraçado. Os professores não aprendem certo?! Obrigando ninguém fala, imagina deixando todos à vontade.

-Vocês não entendem nada, nem ligam a nada quando escutam esse nome? – Ele arqueou uma sobrancelha em sinal de dúvida.

Um grilo estaria fazendo mais barulho do que nós naquele momento.

-Vocês ainda estão tensos devido ao trote não é mesmo?! – Um sorriso brotou em seus lábios, e que sorriso. – Pessoal, minhas aulas não serão maçantes, prometo, mas vocês precisam colaborar, não há respostas idiotas e muito menos perguntas. – Manteve a curva em seu rosto. – Agora vamos tentar novamente, o que vocês entendem por IJE? – Sentou-se na mesa.

Esse homem tem noção do quanto ele é lindo?! Tudo bem, F O C O.

-É algo relacionado a divisões de instâncias no ramo jurídico? – Arriscou um homem de meia idade que se encontrava no fundo da sala.

-Tem a ver sim...seu nome é? – Olhou diretamente para o senhor.

-Joseph, Sr. King. – Respondeu prontamente.

-Ah, eu já ia me esquecendo, podem me chamar de Thomas, não precisamos dessas formalidades aqui. –Vagou o olhar e parou em mim, de novo.

Senti meu corpo arrepiar dos pés a cabeça, que efeito é esse meu Deus?!

-Thomas é um nome bonito. – Uma garota lá de trás falou em alto e bom som.

Automaticamente todos viraram para olhá-la, e a cara presunçosa e cheia de malícia estampava aquele rosto, de alguma forma eu sentia que ela iria se jogar nele na primeira oportunidade.

-Obrigado...? – Ele sugeriu que ela se apresentasse.

-Jane, me chame de Jane. – O cinismo era nítido.

-Obrigado pela gentileza, Jane. – Tentou cortar o assunto antes que as coisas mudassem de figura.

Nenhum professor que se preze teria relações com uma aluna, certo?! Isso é algo fora de cogitação, não é mesmo?! Isso, vamos voltar para o objetivo principal ali. Espantei os pensamentos sórdidos e tentei focar no que realmente importava no momento: prestar atenção e fazer o melhor curso de Direito da minha vida.

A aula passou de forma vagarosa, mas não liguei, a lógica que usaríamos na disciplina era realmente muito interessante, eu podia sentir que iríamos debater muito sobre diversos assuntos relacionados a política do país em que vivemos e de certa forma aquilo me agradou.

Eu adorava assistir debates, mas daqueles saudáveis, do tipo que ninguém sai ferido ou sem amizades, e minha turma parecia um tanto quanto amigável nesse quesito, com certeza teríamos conversas calorosas e interessantes, afinal, somos o futuro do nosso país, precisamos construir opiniões fortes e que derrubem qualquer argumento que possa nos levar ao fracasso.

E foi com esses pensamentos na cabeça que comecei a sentir uma agitação na sala, o professor nos havia liberado.

-Uau, que professor é aquele, senhor?! – Pude ouvir Jane falando bem próximo de mim.

-Realmente, se eu não fosse uma mulher casada não hesitaria em me jogar naquele homem. – A mulher ao seu lado dizia enquanto ria como se não houvesse amanhã.

Bufei.

De alguma forma aquilo me incomodava, eu me sentia praticamente em uma competição, onde o prêmio em questão era o Sr. King. 

Mas que droga é essa que estou pensando?! Ele é meu professor, eu acabei de conhecê-lo e que merda é essa que eu estou na cabeça?!

-E ai amiga, o que achou? – Becky apareceu saltitante ao meu lado.

-Sobre? – Me fiz de desentendida.

-Fala sério, o professor, o que você achou? Paraíso né?! Mas ele é todo seu querida, tenho meu Mike. – Estava elétrica.

Ri de seu comentário.

-Becky ele é lindo e maravilhoso, mas fala sério, com a concorrência que eu tenho, jamais consigo chegar tão perto dele. – Brinquei.

-Nunca se subestime minha querida, ele te deu umas olhadas maravilhosas durante as explicações, mas você estava em outro planeta e parece que não percebeu nadinha. – Ela deu um tapinha de leve em minha testa.

-Quais olhadas criatura?! Tem certeza que não foi destinado a Jane?! Ele parecia bem interessado nela. – Dei de ombros fingida.

-Ela não tem chance com você, se você investir, você ganha. – Ela cruzou os braços em desafio.

-Então isso é um competição?! – Ri nasalmente.

-Querida, teremos cinco aninhos para tirarmos nossas conclusões, e cinco aninhos para você agarrar o seu sonho e o professor. – Balançou as mãos em sinal de superioridade.

Ri alto.

-O que eu perdi? – Oliver surgiu das cinzas.

-Vick está interessada no Sr. King. – Becky soltou sem pestanejar.

-Becky! – Falei com um sorriso.

-Ah qual é, na próxima aula vou te emprestar o babador pra vê se te ajuda a não empoçar a carteira. – Ela riu maldosa.

-Vick, já está assim? – Oliver me cutucou. – Não seja dada por favor. – Pediu.

-Hey, eu não sou dada, okay?! Becky está exagerando nos fatos, eu não estava pensando na beleza exacerbada do professor, e sim na nossa turma. – Falei com sinceridade.

Contudo, pareceu que tinha surtido efeito contrário minha justificativa, pois os dois danaram a rir como se eu tivesse contado a piada do século.

-Você é uma ótima piadista. – Oliver prendeu o riso. – Porque diabos você iria ficar pensando na turma sendo que tinha um homem gato explicando uma matéria foda na sua frente?!

-Ah vai saber. – Dei de ombros. - Eu só não estava pensando nele, nisso posso garantir.

-Vamos fingir que acreditamos. – Becky revirou os olhos. – Agora preciso ir meus queridos, nos encontramos amanhã, crie o nosso grupo, hein?!

-Pode deixar! – Abracei minha amiga seguindo o abraço até Oliver.

Nos despedimos e cada um seguiu o próprio rumo. Meu pai me esperava pacientemente do lado de fora da faculdade, estava de carro e parecia ansioso com a minha chegada.

-Oi pai. – Sorri ao entrar no veículo.

-E então?! Como foi seu primeiro dia?! – Ele estava nitidamente animado.

Decidi que seria melhor relatar meu dia quando estivéssemos em casa, pois assim, minha mãe também ouviria juntamente com meu pai fazendo com que eu conte a história somente uma vez. 

E assim eu fiz.

Cheguei em casa relatei meu dia nos mínimos detalhes e pulei a parte do professor ser a coisa mais linda do universo. Meus pais ficaram entusiasmados com o meu ânimo e me dispensaram para dormir, coisa que eu realmente estava precisando.

Subi para o meu quarto e me joguei na cama de forma preguiçosa, fechei os olhos e só consegui ver uma imagem, a imagem de Thomas King.

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Uau, Thomas é irresistível mesmo! E vocês? O que acharam? Vamos lá, deixem aquele votinho de incentivo e aquele comentário bacana, vou amar lê-los!

Meu Querido Professor [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora