Capítulo 26 | Trevor

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Saio de perto deles indo direto para a saída, chega desta porra toda. Pago minha comanda e saio. Ouço alguém gritando atrás de mim:

- Trevor me espera. Calma, vamos conversar.

Me viro na expectativa de que seja a Anna, mas é só a Luciana. Merda!

- O que você quer Luciana? JÁ NÃO BASTA TER ESTRAGADO A PORRA DA MINHA VIDA!!

- Você está muito nervoso, quero te ajudar...

- Ajudar no que?? – me aproximo bem dela, ficando a poucos centímetros de distância, então falo: - Cansei deste seu joguinho barato, cansei de ser seu cachorro... Acabou Luciana... Acabou! Esquece de uma vez por todas que eu existo, CARALHO!

- Trevor veja pelo lado positivo, agora que não deu certo o seu casinho, podemos voltar a ficar juntos. – ela fala quando eu já tinha me virado para sair, mas com esta frase eu volto.

- Eu não estou acreditando no que estou ouvindo. Casinho??!! Ela não era um casinho para mim... Agora ficar com você nem se você fosse a última mulher da terra.

- Trevor, mas eu te amo...

- Me ama o caralho!! Acha que eu não sei que você estava tentando seu chefinho? Não sou idiota, aliás, agora consigo enxergar como eu FUI idiota, mas agora chega, não caio mais nas suas armações.

- Não é bem assim...

- Ah não!!? Agora você vai me dizer que não aumentou toda a história da sua mãe só para que eu tivesse pena de você?! Apenas para que você continuasse a me comandar?! Como você pode ser tão podre a este ponto?? – eu praticamente espumo de ódio.

- Eu precisei fazer isso, você ia terminar comigo.

- Hahaha ia não, está tudo terminado. Não existe mais nada entre nós. De você não quero nem amizade.

- Calma, me deixa ir embora com você? Assim conversamos melhor. – ela fala me puxando pelo braço.

- ME-SOLTA-AGORA. – tento parecer calmo, mas sou puro ódio, ainda mais quando sou obrigado a olhar para a cara dela.

Ela me solta e eu me viro, saindo pela rua abaixo. Ela ainda me chama algumas outras vezes, mas eu finjo que não ouço.

Ando sem caminho, sem direção, sem destino. Não acredito que ferrei minha vida por causa da Luciana. Que merda!

Estou muito longe do meu apartamento, mas não quero nem saber, decido ir a pé para tentar me livrar de todo o ódio que eu estou sentindo.

Mesmo depois de alguns quilômetros percorridos esse sentimento não diminui e isto é horrível.

Agora estou passando por um lugar completamente vazio, com várias empresas fechadas e abandonadas. Aproveito para gritar o mais alto que meus pulmões conseguem, para expulsar de vez está raiva toda.

- ARHHHHHHHHHHH

Faço isso umas quatro vezes seguidas, mas não diminui a dor que estou sentindo. Cada vez que fecho os olhos revejo a cena dele beijando a minha garota, tocando-a do jeito que só eu deveria fazer... Oh Deus...

Ando mais alguns quilômetros e avisto um boteco, destes bem rampeiros com saco plástico com água pendurado no teto para espantar mosquitos e tudo. Decido parar ali, preciso de uma dose de algo forte.

Entro e vejo o lugar caindo aos pedaços, as banquetas sem assento, o balcão com as placas todas descoladas e ainda por cima o lugar todo fede. Que se dane não vou virar frequentador do lugar, só quero um pouco de paz em forma de líquido.

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