- Você perguntou o porque deles estarem te chamando?
- Sim, mas disseram que só poderia ser pessoalmente e para familiares.
- Ele não tem nenhum familiar?
- Que eu saiba, não.
- Ok... Eu vou com você.
- Obrigada... Tenho certeza que só conseguirei aguentar se estiver ao meu lado.
O que eu poderia dizer? Não posso meter o foda-se e falar que ela não tem que se envolver em mais nada que se refira a ele, porque também ela não está indo lá, por vontade própria. Pediram que fosse, então... não se tem muito o que fazer.
Percebo que em todo o percurso, ela fica completamente nervosa. Tento segurar a sua mão em alguns momentos e a mesma está trêmula e gelada. Bolo mil assuntos para falar e tentar tirá-la deste pânico, mas não consigo pensar em nada. Merda.
Chegamos ao hospital e fomos direto à recepção:
- Oi... é... ligaram para eu vir ao hospital, referente a um paciente.
- Qual é o nome? – pergunta a atendente.
- Bernardo Vinícius Santiago.
Ela consulta na tela do computador e pede para irmos a ala de CTI.
Chegando no local indicado, conversa com uma enfermeira que estava na recepção e ela começa a perguntar:
- Você é familiar?
- Na verdade, não mais.
- Conhece algum parente dele?
- Não, ficamos juntos por um bom tempo, mas ele nunca me falou sobre sua família, creio que não tenha ninguém de algum grau próximo.
- Só um instante.
A mulher entra em uma sala e logo volta, com mais uma pessoa, que creio eu ser algum médico:
- Não deveríamos dar este tipo de informação, mas devido a não ter nenhum outro parente e é você que aparece como contato médico... Bom, o sr. Bernardo deu entrada com um quadro clínico bem agravado, devido aos ferimentos de bala e não resistiu.
- E-e-ele faleceu?
- Sim, por volta das 14 horas.
- Oh minha nossa. – Ela leva a mão a boca tentando controlar a emoção.
- Precisamos que seja feito o reconhecimento do corpo. – O rapaz conclui.
- Tu-tudo bem... e-eu faço.
- Ok, o corpo já está no necrotério, preciso que você vá lá, entregue estes documentos e faça o reconhecimento. – A enfermeira conclui, entregando alguns papéis para ela.
Sei que o cara era um tremendo de um filha da puta, mas nunca desejei a morte de ninguém. Se bem que, depois de tudo o que ele fez para ela, merecia.
Por mais que ela tenha sofrido nas últimas horas com ele, sei que o que passa pela cabeça dela agora, foi tudo o que ela viveu com ele, não só os momentos ruins, mas, também os bons...
Lógico que ela fica abatida. Um misto de sentimentos deve estar girando em sua mente.
- Quer dar uma volta antes de irmos lá?
- É... Acho que sim. – ela responde sem força.
Passo meu braço pelos seus ombros e a encaminho até o elevador. Saindo de lá, a levo para a lanchonete do hospital.
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WAKE ME UP | DARKNESS
RomanceTERCEIRO LIVRO DA SÉRIE WAKE ME UP: O que você faria se seu mundo desmoronasse de uma hora para outra? Se tudo o que o tornava seu, como família, trabalho e amor, não são mais os mesmos... então onde encontrar forças para seguir em frente? Trevor ti...