Capítulo 38 | Trevor

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Depois que saio do barbeiro vou a um restaurante, preciso comer uma refeição decente pois já fazem alguns dias que estou me alimentando apenas de junk food.

Ainda está cedo para jantar, mas meu estômago acabou de me avisar de que não como nada há muito tempo, hoje eu ainda não comi nada. Paro em um restaurante que é bem simples, o que me atraiu foi o cheiro de comida boa.

Assim que me sento o garçom vem me atender e logo após deixar o cardápio ele também deixa uma pequena cesta de pão quente. Minha boca saliva. Coloco um fio de azeite no prato adicionando um pouco de sal e molho um pedaço do pão para logo em seguida levá-lo em minha boca.

A cada mordida que dou no pão, um sabor inenarrável preenche minha boca. Seria capaz de matar toda a minha fome naquele pão, mas com certeza só o pão não seria o suficiente para me saciar por completo.

Enquanto degusto, faço a minha escolha no cardápio e opto por uma salada com filé mignon. Estou precisando de um belo pedaço de carne.

Depois de fazer meu pedido para o garçom fico olhando para uma mesa que está do outro lado do restaurante, que tem um casal que a todo momento troca beijos e carícias.

Podia ser eu a estar no lugar dele se eu não fosse tão estúpido. Sou do tipo de pessoa que gosta de estar com alguém, de estar com apenas uma pessoa para poder trocar tudo, principalmente as coisas mais banais da vida como: saber como foi o dia, dormir abraçado em uma noite fria, assistir uma maratona de filmes ou para simplesmente não fazer nada, mas se sentindo feliz apenas em ter a companhia de alguém que me faz bem.

Sei que a Anna era alguém por quem eu viveria para vê-la feliz. É estranho pois não ficamos juntos por muito tempo, mas sinto que a amei de verdade.

Já a Sophia eu fiquei apaixonado pelo jeito dela, adorava olhar seu rosto de menina santa, mesmo sabendo que dentro vivia um verdadeiro vulcão. Depois do dia que ela me dispensou pude refletir e ver que realmente, nós nos damos muito melhor como amigos do que como amantes. Não que o sexo não fosse bom, pelo contrário, era maravilhoso, mas não me imaginava tendo filhos com ela - o que já fiz com a Anna – mesmo assim sua presença me fazia muito bem...

Preciso dar um rumo a minha vida...

Há muito tempo meu único objetivo era para com meu trabalho e minha empresa, mas até isso me foi tirado. Minha vida estava tão certa e planejada que agora já nem sei por onde começar.

Bom, creio que o primeiro passo é resolver a história do meu carro, pois como a Sabrina disse foi perda total. Já dei a entrada em toda a documentação para reaver o dinheiro dele, mas não sei se devo comprar um novo.

Na viagem acabei gastando mais do que devia e meu dinheiro está todo congelado na empresa. Claro que o Tom está segurando tudo só para me sacanear. Tenho um pouco de dinheiro guardado, mas não sei até quando consigo me manter.

Talvez eu devesse voltar para a casa da minha mãe, mas me dói pensar em deixar para trás tudo o que construí, agora que consegui deixar meu apartamento do jeito que eu gosto, ter que me livrar dele é um passo muito grande. Prefiro me abdicar do carro do que ter que vender meu apartamento.

E ainda precisarei de um pequeno capital para começar uma nova empresa... mas prefiro ir por partes...

O segundo passo é resolver minha vida com o Tom, não sei se deixar tudo na mão da justiça será o melhor, afinal ela pode demorar muito mais tempo do que eu realmente estou disposto a esperar...

Vou esperar até o começo da próxima semana, se não tiver nenhuma novidade, vou lá falar de homem para homem, ou melhor de homem para rato.

Na próxima semana também quero começar a desenhar meu plano de negócios, começar a fazer alguns contatos, olhar alguns escritórios para alugar, prospectar alguns clientes. Tenho certeza que se fizer um bom planejamento, rapidamente conseguirei dar meus primeiros passos.

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