Capítulo 21 | Trevor

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Ela foi embora? Não, deve ser brincadeira. Como que ela vai embora e nem deixa seu número?? Caralho, que mulher difícil!! Não acredito que vou perder ela novamente...

Olho para toda bagunça que fizemos e minha mente solta pequenos flashes de alguns momentos, olhar aquela taça estilhaçada no chão, me fez relembrar o quanto ela estava tentando se segurar, repreender seus instintos para não se entregar por completo. A taça foi a chave para abri-la ou para a minha perdição?

A Anna é uma menina doce, que tem muito receio do seu corpo sem necessidade. Aposto que ela nunca tinha se entregado assim, não estou dizendo que sou o fodão, que fui a melhor trepada dela, mas tenho certeza de que ela se sentiu muito bem comigo e que fez coisas que nunca havia tentado.

Agora o que me resta é arrumar tudo isso e guardar cada momento em um lugar que só eu terei acesso, pois talvez isso nunca se repita. E se isso nunca mais acontecer, vou pensar que ela não passou de um anjo que veio me mostrar que o mundo não é apenas Luciana, que existem mulheres interessantes e que eu devo acabar com esta história de uma vez por todas.

Por mim já faria isso hoje mesmo, mas não quero ser um idiota e terminar tudo por telefone, até com ela não seria justo.

Preciso ir, tenho uma reunião hoje próximo a hora do almoço e ainda me faltam algumas horas de viagem, droga, queria ficar mais um tempo na cama sentindo o seu cheiro, sentindo o seu calor... me inebriando um pouco mais de Anna... Mas não posso.

Dou uma arrumada rápida, pelo menos me livro dos cacos de vidro e das manchas de vinho no chão da cozinha, o restante vai ter que esperar a Dona Lina na segunda-feira.

Pego minha pequena mala e caio na estrada.

SEGUNDA-FEIRA chego cedo no escritório, para passar ao meu sócio tudo o que foi discutido na reunião. Para meu azar, ele me lembra que hoje e terça-feira ficarei alocado em outro cliente, puta que pariu, só porque eu queria procurar a Anna. Se passou tão pouco tempo e eu já estou louco de saudade dela, daquele corpo maravilhoso e do jeito gostoso que ela tem de gozar...

Tenho que confessar que as noites foram ainda mais difíceis, cada vez que colocava minha cabeça no travesseiro, lembrava de cada centímetro do corpo dela. Anna, Anna, o que fazes comigo, doce Anna?

Mesmo indo no cliente tentarei dar uma chegada no trabalho dela na hora do almoço, só espero que eles não me prendam em almoços de negócio.

Chego no meu cliente por volta das 9h, passo a manhã inteira dando treinamento de como funciona a ferramenta que eu criei.

O primeiro dia é sempre mais complicado, pois como é a primeira vez que eles têm contato com o projeto, aparecem muitas dúvidas, algumas por pura falta de atenção na explicação. Geralmente levo isso na boa, mas hoje não estou achando graça destas perguntinhas bobas. Dá vontade de falar: "se você estivesse prestando atenção em mim, ao invés de ficar mexendo no celular, você também saberia".

Não tem coisa mais chata, do que você estar lá, se dedicando, explicando tudo nos mínimos detalhes e um ou outro babaca ficar fuçando nas redes sociais. Caralho, cadê o respeito?? Pior que fazem isso na frente do chefe. Eu não teria essa coragem. Bom, eu teria o mínimo de consideração para com a pessoa que voz fala e tentaria mostrar interesse, mesmo que não estivesse entendendo nada.

Eles acham que eu não percebo, como se estivessem mexendo no celular para resolver algo importante, pois esta é a cara que fazem, mas daqui de onde estou, dá para ver tudo. Agora entendo como os professores pegavam tantos alunos colando. Em pé na frente de todos, se tem uma visão privilegiada. Nunca fui pego, talvez por eu quase não fazer isso, queria realmente testar minha capacidade, meu conhecimento. Ok, eu assumo, sempre fui um pouco nerd mesmo.

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