Capítulo 104 | Trevor

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Ela se ajoelha comigo no chão, me abraça e chora. Começo a entrar em desespero, será que ela ainda assim não quer se casar comigo? Então, depois que seu choro se torna mais fraco, ela fala:

- É tudo o que eu mais quero em minha vida... Agora nada mais poderá nos atrapalhar... Seremos apenas eu, você e toda a nossa vida pela frente.

O que eu poderia falar? Apenas a beijo enlouquecidamente, tanto que até esqueço da caixa que está em minhas mãos.

Quando conseguimos voltar a realidade, ela fala:

- Essa aliança é para mim mesmo?

- Claro.

- Então por que ainda não está no meu dedo? – fala se divertindo.

Pego a aliança e coloco em seu dedo, reforçando o quanto eu a amo. Ela faz o mesmo, pega a aliança e coloca em meu dedo. Ainda no chão, continuamos a nos beijar.

Queria algo a mais naquele momento, como se fosse para selar todas as promessas que acabamos de fazer, mas temo que ainda não seja o momento, não quero que ela relembre o que aquele merda a fez passar.

Nos levantamos e ficamos um bom tempo conversando e em seguida, completando a minha tatuagem. Antes de fazer, ela ainda me pergunta se tenho certeza do que estou querendo e respondo sem pestanejar.

Ela prepara todos os materiais em cima da bancada, com o potinho de tinta, agulhas e máquina de tatuar. Em seguida embala a maca com plástico, onde irei apoiar meu braço.

Nem precisou fazer o esboço no papel vegetal, ela apenas desenha no meu braço com a caneta, para ter certeza do tamanho e forma das letras. Estando tudo certo, ela inicia o trabalho com as agulhas.

Esta região é levemente dolorida, mas eu nem me importo, pois só consigo prestar atenção ao seu rosto e na sua fisionomia linda de preocupação em fazer um bom trabalho.

Em poucos minutos ela termina o escrito, embala meu braço e deposita um beijo em cima da tatuagem. Ficou muito mais louca do que já era, afinal, tem o nome da minha garota.

- Estava pensando.

- No que?

- Não é justo que só você tenha algo que me represente no corpo. Também quero. Sei que tenho duas alianças para me lembrar de você quando não estivermos por perto, afinal, não vou tirar a nossa primeira, mas quero algo marcado em minha pele também.

- Não tem ninguém que você possa chamar para fazer aqui? Assim você já aproveita e mostra como ficou seu estúdio.

- Ter até tem, mas quero que você faça.

- Está louca? Creio não ser capaz.

- Não é nada de impossível, eu te ajudo.

- Não... Não quero te machucar... E vai que faço merda.

- Se sair merda, aí sim peço ajuda para algum amigo meu, mas quero que você me tatue, ou pelo menos participe dela. Façamos o seguinte, eu contorno o desenho e você preenche, que é a parte mais tranquila.

- Você está certa disso??

- Claro que sim. Já sei o que quero fazer, vou desenhar e depois preparamos o transfer.

- Não sei se concordo com isso...

- Deixa de ser bobo, vai dar certo.

Então ela se levanta, vai até a mesa de desenho e prepara uma arte. Fico no mesmo lugar, apenas admirando-a de longe.

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