Capítulo 10 | Trevor

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INVERNO DE 2006

Não acredito! Esses filhos de uma puta ficaram do lado de fora nos ouvindo?? Que porra é essa?

- Que foi Trevor? O gato comeu a sua língua? Ou foi uma gata que engoliu uma outra parte sua?

- Cala a boca!

- Vai, conta para a gente, o Davis que ficou com a amiga da sua namorada na outra cabana contou tudo. Foi ele que comentou que vocês iriam trocar de cabanas. Já sabemos o que aconteceu, só queremos os detalhes.

- Eu não tenho nada para contar.

- Larga a mão de ser maricas, você acha que não é isso que ela está fazendo com as amigas dela? – quem este cara pensa que é? Só porque estudamos na mesma sala, não significa que somos amigos. Era só o que me faltava. Que ódio! E ainda me chama de maricas!? Se eu fosse maricas não estava fodendo gostoso até a horas atrás. Queria jogar isso, mas a Luciana não merece. Podem me julgar, eu não ligo, mas aprendi com minha mãe a nunca magoar quem amamos, igual ao que meu pai sempre fez com ela.

- Já disse, não aconteceu nada que seja da sua conta, agora por favor, me de licença que estou tomando meu café da manhã.

- Ahh cara, corta essa! Queremos saber como foi tirar a virgindade dela... Ela gostou? Então vocês fizeram sexo nos dois dias? Então você a fez gozar gostoso? Aíiii Trevor, isso continua, isso vai... – ele ainda afina a voz para parecer com a dela. – Me possua...

Por mais que eu me controlasse, esse babaca estava passando dos limites. Por enquanto eu só estava olhando-o enfurecidamente, mas não conseguia mais, coloco meus dois punhos em cima da mesa e já estava pronto para começar a xingar, mas sou interrompido por uma voz:

- Como é que é?? – a Luciana fala desconsolada – O que você está falando Trevor?

- Eu não estou falando nada.

- Não é o que me parece. – ela fala e sai visivelmente sentida. Droga, se já não bastasse estes cuzões me enchendo o saco, ainda fizeram a Luciana entender tudo errado.

Saio atrás dela, mas ela começa a correr. Merda. Todas as suas amigas vão atrás e elas entram no banheiro feminino. Ah não, esta história de se trancar no banheiro de novo não. Fico um tempo esperando do lado de fora, mas não quero que ela se magoe por algo que não aconteceu... Ando de um lado para o outro e isso só faz minha ira aumentar. Se eu ver algum destes cretinos na minha frente, estouro a cara deles, principalmente do que mais me irritou.

- Luciana, me deixa falar com você. Não foi nada disso!! – falo alto para que ela me ouça, mas nada.

Que se foda, se tiver alguma consequência por entrar eu resolvo depois. Antes de entrar ainda aviso, não ouvindo nada, entro.

Ela está sentada em um banco com algumas meninas ao seu lado e está chorando. Não aguento vê-la chorar... eu a amo e isso faz com que meu peito fique apertado.

- Luly, por favor, me ouça. Vamos conversar?

- Não sei se quero falar.

- Por favor... Eu não abri minha boca.

- Então como eles sabiam??

- Luly não é melhor conversamos às sós?

- E isso faz diferença? Pelo jeito todos estão sabendo??

- Por favor?! Vamos dar uma volta. Confia em mim... Alguma vez fiz algo para te magoar??

- Não...

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