Capítulo 12 - A morte sempre atrai as mentirosas

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O clima ficou pesado na praia. Toby olhava para Spencer e ela sustentava o olhar com lágrimas nos olhos. Ela já tinha contado pra gente que estava noiva do Wren, mas a viagem deixou a situação dos dois abalada.

- Vamos, Han. Preciso pensar em um plano.

- Acho que isso pode esperar. Vocês deviam conversar.

- Não tenho tempo para isso.

Spencer saiu em direção a Aria e Noel. Toby sentou em uma das cadeiras e abaixou a cabeça.

- Quer conversar?

- Pode ir. Essa investigação deve ser mais importante.

Queria muito conversar com ele, dizer que acredito que eles ainda vão ficar juntos. Mas se aquela não era a Aria, onde estaria ela?

Spencer conseguiu induzir a Aria sair a sós com o Noel, a ideia era a gente voltar para o hotel e procurar por ali mesmo. No entanto, no caminho avistamos Alison fazendo check-out na recepção.

- Já vai, Alison?

- A Emily me ligou. Ela está querendo conversar comigo, me dá uma nova chance.

- Depois de envenenar ela contra a gente, é o mínimo que você deve fazer.

- Eu não envenenei ninguém, Spencer. Ela acreditou em mim, ao contrário de vocês.

- Só espero que ela esteja certa.

No ensino médio, com a confusão de quem era -A, Emily acreditou que Alison não estava envolvida e ela e a Spencer brigaram feio. Consequentemente ela se afastou de todas nós e se aproximou mais da Alison. Elas estavam morando juntas, mas Alison não queria assumir um relacionamento.

- A Alison estava no 214, vou me infiltrar entre as camareiras. Me espere na frente do quarto.

Spencer Hastings estava sendo a mesma do ensino médio. Determinada e sagaz, minutos depois ela estava na porta do 214 vestida de camareira.

- Se ela estava com a Bethany vamos descobrir agora.

O quarto estava impecável. Parecia que ninguém esteve ali nos últimos dias. A cama estava arrumada, os lençóis no lugar e não havia nenhum lixo no banheiro.

- Este era apenas um quarto de fachada.

- Onde será que ela ficava então?

- Junto com a Bethany é claro. E se ela trocou de lugar com a Aria com certeza a nossa amiga está lá.

- Como vamos descobrir qual é o quarto?

- Vamos ter que olhar um por um. Disse Spencer tirando do bolso um molho de chaves.

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Quase duas horas depois chegamos ao quarto andar, tínhamos passado por vários quartos e nenhum deles era o da Bethany.

- Talvez uma camareira passou por ali antes. Estou cansada de procurar.

- Tenho certeza que ela está aqui, Hanna. Só falta mais alguns quartos.

Na terceira tentativa daquele andar, assim que abrimos a porta vi uma garota de cabelo preto arrumando as malas em cima da cama.

- Aria?

Ela se virou espantada para a gente.

- Spencer? O que você está fazendo aqui?

- Que malas são essas? Perguntou Hanna.

- São... Bem, são...

Enquanto ela tentava formular uma resposta olhei rapidamente para a porta do banheiro que estava aberta. Parecia ter alguém ali.

- São da Bethany. A gente se acertou, ela está indo embora.

Do banheiro outra Aria saiu. Exatamente idênticas. Elas pararam uma do lado da outra.

- Ai meu deus! Acho que vou ter um treco aqui, Spencer. Qual das duas é a Aria?

- Eu sou a Aria. Elas falaram ao mesmo tempo.

- Você falou que iria parar com isso. Disse a Aria da esquerda.

- Você que tem que parar. Eu sou a Aria. - a Aria da direita olhou para mim - Spencer você sabe que eu sou a Aria.

Hanna olhava suplicando para mim. Eu não tinha ideia de como descobrir quem era quem.

- O nosso código.

- Peixe e telhado. Disseram as duas juntas.

Hanna se assustou e pegou no meu braço.

- A Bethany disse que iria embora, certo? - eu comecei a falar - Então se ela estava falando a verdade, ela vai fechar a mala e ir embora.

As duas ficaram paradas. Olharam uma para outra e começaram a discutir.

- Você estava mentindo para mim? Eu confiei em você!

- Para de fingir que sou eu. Eu que confiei em você, eu estava te ajudando.

- Elas não vão acreditar em você. Elas me conhecem.

- Por isso mesmo elas vão te mandar embora daqui.

Elas aumentavam o tom da discussão, gesticulavam quase ao mesmo tempo. As vozes estavam me deixando maluca.

- CALEM A BOCA!

Elas pararam de falar, olharam para nós e Hanna cochichou no meu ouvido.

- É a da direita.

- Tem certeza?

- Sim. Conheço aquele olhar.

Os próximos minutos foram muito rápido. Eu peguei uma tesoura que estava perto da televisão e fui em direção a Aria da esquerda. Meu plano era simples: se fosse a Bethany ela iria revidar. No entanto, algo deu errado, Hanna gritou um sonoro "não" e me empurrou. Em um minuto a tesoura estava na minha mão e no outro no peito da Aria da esquerda.

- NÃO! NÃO! ESSA É A ARIA! A DA ESQUERDA É A ARIA! AÍ MEU DEUS!

Hanna gritava, Aria da direita segurou a irmã ensanguentada e eu caí no chão tonta.

O ato de amarOnde histórias criam vida. Descubra agora